Sociedade

Comerciantes revoltados com ritmo das obras na rua Oliveira Júnior

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Os comerciantes da rua Oliveira Júnior estão descontentes com o andamento das obras de requalificação e com o corte de trânsito num troço da via, que tem afastado clientes e causado impactos nas vendas. A 'O Regional', mostram receio pelo futuro.

A empreitada na rua Oliveira Júnior, orçada em cerca de 500 mil euros e parcialmente financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência, ainda agora arrancou - em finais de junho, mas já está a causar desânimo entre os comerciantes. Em tempos, a antiga EN1 era a via “mais movimentada da cidade”, recorda Serafim Lisboa. “Era um movimento louco e passavam aqui milhares de pessoas”, lembra o comerciante que, juntamente com o irmão, António Lisboa, gere a Casa Lisboa, negócio fundado pelo pai há 63 anos.
Hoje, o cenário é diferente e os impactos são significativos. O corte do trânsito no troço entre a rua 5 de Outubro e a Av. Arantes e Oliveira tem contribuído para afastar os clientes. “O cliente não aparece, está tudo fechado, como é que vem aqui? As pessoas acabam por ir a outro lado. Antes já estava fraco, agora está pior”, lamenta ao jornal “O Regional”, apontando para uma quebra no negócio “de 50% ou mais”. Serafim Lisboa entende que as obras são importantes, sobretudo o arranjo dos passeios, mas mostra cautela quanto à colocação de árvores que “vão roubar mais estacionamento”. “É tudo a ajudar os comerciantes”, afirma, em tom de ironia.

“Isto vai ser como as obras do mercado”

A escassos metros, o descontentamento é o mesmo. Na Ourivesaria Pinto Fontes, que este ano celebrou meio século de vida, Benjamim Fontes expressa as preocupações que o assolam desde o arranque de uma obra que não considera crucial. “A única coisa que estávamos a precisar era o piso dos passeios, que estava deteriorado. O restante era manter-se tal e qual como está. Precisamos é de espaço para estacionamento e é isso que eles vão retirar”, denota. Aqui, o impacto no negócio é maior. “Afetou quase 80%”, quantifica, considerando que o comércio local no concelho já viu melhores dias. “Estou a notar uma quebra muito grande no comércio, não só nesta rua como em toda a cidade. S. João da Madeira não tem atração nenhuma para que possa vir cá pessoal”, critica. O ritmo da empreitada é, para Benjamim Fontes, preocupante. “Eles preveem cinco meses, mas estou a ver que isto vai ser como as obras do mercado, vai demorar um ano ou dois, já não sei”, desabafa.
Joaquim Pinho, morador e proprietário de um dos prédios na rua Oliveira Júnior, aponta que as obras estão a ser feitas “em cima do joelho”, com “pouca gente a trabalhar” e lamenta não ter sido informado da reunião com a autarquia. “Vi apenas o mapa na porta de que iam começar as obras”, refere. O munícipe considera ainda que a empreitada em curso é desnecessária e receia mesmo que possa “acabar com o comércio” daquela zona, que já vive com dificuldades.

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