Comerciantes da rua Oliveira Júnior não escondem a revolta com o “arrastar” das obras de requalificação que, desde junho, tem afastado clientes, provocando “fortes” quebras no negócio.
Iniciada em julho do ano passado, a empreitada na rua Oliveira Júnior, orçada em cerca de 500 mil euros, e parcialmente financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência, deveria ter ficado concluída, segundo comerciantes, cinco meses depois, apesar da autarquia garantir que nunca foi dada uma data como garantia para a sua conclusão.
Glória Rosa, comerciante, é o espelho da revolta de quem é obrigado a conviver, há longos meses, com as obras ali em frente e o trânsito em grande confusão, em que esta zona da cidade se transformou, devido a esta intervenção, “numa permanente confusão e de grande injustiça em relação ao outro lado da obra”. Aproveitou o Dia da Mulher, 8 de março, para fazer greve da sua papelaria como medida de protesto, para chamar a atenção de quem por ali passa e da própria autarquia. De cartaz na mão durante toda a manhã exibia a mensagem: “Isto é gozar com quem trabalha”, enquanto lamentava a falta de outros comerciantes a seu lado neste “grito de revolta”, que dura desde o arranque das obras, e que “não se sabe” quando estará concluída. “Já perdi muitas vendas por causa disto, mas os impostos é que não se podem atrasar, todos querem lá o dinheiro a tempo e horas”, acrescenta Glória, auxiliada nas críticas por uma cliente.
Reconhecendo a necessidade da realização das obras e da importância das mesmas, aponta o dedo apenas “à forma como as mesmas decorrem” e às prioridades nas etapas de conclusão das mesmas. “Estou revoltada, e isto incomoda-me, incomoda-me mais as injustiças”, revelando que “se as obras começaram aqui, devem acabar aqui. Ainda não temos árvores, as pedras também demoraram a chegar e, dali para a frente, parece outro mundo. Há pedra a tempo, árvores. Será que os comerciantes são diferentes?”, questiona.
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