De acordo com o Banco de Portugal, em Agosto e Setembro, foram atribuídos mais de 300 milhões de euros em financiamento aos consumidores portugueses através de créditos pessoais, montante que faz desta solução a mais procurada em Portugal.
Se fez ou está a pensar em fazer parte do alargado grupo de consumidores que confia no crédito pessoal para dar vida aos seus projetos, há alguns conselhos que precisa de levar em consideração, para que não caia numa situação de incumprimento ou sobre-endividamento.
Porque não queremos que isso aconteça, eis cinco conselhos que deve guardar não para utilizar o seu crédito pessoal da melhor forma.
Avalie as suas necessidades financeiras antes de solicitar um crédito
Este é um conselho que deve ser estendido a toda e qualquer decisão de contratação de um produto financeiro, incluindo, claro está, um pedido de crédito pessoal.
Para proceder a uma avaliação o mais apurada possível das suas necessidades financeiras, tente orçamentar o mais realisticamente os gastos que pretende fazer e calcular a sua taxa de esforço, para perceber qual será o impacto do crédito nas suas finanças mensais.
Por exemplo, imagine que recorre a um crédito pessoal do Credibom no valor de 20 mil euros com um prazo de reembolso de 84 meses que lhe dá uma prestação mensal aproximada de 308,33 euros.
Imaginando no nosso exemplo, que o rendimento mensal do seu agregado familiar é de 2200, a sua taxa de esforço será de:
Fórmula da Taxa de Esforço = despesas totais mensais com prestações de crédito / rendimento total do agregado familiar x 100
A sua Taxa de Esforço para os dados indicados: 308,33 / 2200 x 100 = 14%
Esta é a sua taxa de esforço no caso de não deter um outro crédito em simultâneo, situação que, como veremos de seguida, terá um impacto significativo no dinheiro que terá para gastar com outras despesas fixas mensais.
Vejamos, então o que acontece à sua taxa de esforço, se já estiver a pagar uma prestação mensal de crédito no valor de por exemplo 224,22 euros à qual juntará os 308,33 euros da nova prestação:
Taxa de Esforço com dois créditos a cargo: 532,55 / 2200 x 100 = 24,2%
Com dois créditos a cargo, a sua taxa de esforço sobe 10%, percentagem que ainda assim, fica longe dos 35% recomendados como limite pelo Banco de Portugal.
Para além de uma taxa de esforço reduzida ser uma excelente notícia para o seu orçamento mensal, é também um bom indicador para a análise de risco que a instituição de crédito fará sobre o seu pedido de crédito pessoal.
Evite dívidas desnecessárias: Use o crédito para fins específicos
De forma a evitar cair em endividamento ou ficar a pagar uma prestação mensal demasiado avultada, utilize o crédito pessoal em fins específicos.
Por exemplo, se precisa de comprar um frigorífico ou fazer uma operação para a colocação de um implante dentário, no momento em que pedir um financiamento, é essencial que apenas solicite o montante exato para pagar essas despesas.
Escolha prazos de pagamento que se adequem ao seu orçamento
Como poderá perceber através das comparações que fizer nos simuladores de crédito que se encontram nas páginas online das diferentes instituições de crédito, quanto maior for o prazo de pagamento, maior será também o valor total das taxas de juro, e consequentemente do próprio empréstimo (dado pelo indicador MTIC) que terá de pagar.
Por isso, de modo a poupar, tente definir um prazo de reembolso o mais curto possível.
Não utilize um crédito pessoal para pagar um outro
A não ser que pretenda contratar um crédito consolidado, recomendamos que evite pedir um crédito pessoal para pagar um empréstimo anterior.
Mesmo que obtenha melhores condições de financiamento que, em todo o caso, lhe proporcionarão ganhos marginais, utilizar um crédito pessoal para pagar um outro perpetua o ciclo de endividamento e pode colocá-lo um passo mais perto da lista negra do Banco de Portugal.
Não omita informação à instituição de crédito
Para que a instituição de crédito possa avaliar o seu pedido da forma mais correta possível, e desse modo garantir um empréstimo que não ponha a sua saúde financeira em causa, é importante e obrigatório que não omita informação importante e/ou minta nas declarações que presta à entidade bancária.
Além dos eventuais problemas financeiros que daí podem advir, ainda poderá ver-se a braços com um processo judicial.