O Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga voltou à “normalidade” depois da “fase difícil” dos internamentos com covid-19. Foram já realizadas 1667 cirurgias e reagendadas 273 para os próximos dois meses.
Com a pandemia a dar tréguas, no Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga (CHEDV), em Santa Maria da Feira, que gere ainda os hospitais de S. João da Madeira e de Oliveira de Azeméis, médicos, cirurgiões e enfermeiros já retomaram a atividade cirúrgica em todas as áreas.
O foco está, agora, nos doentes que estão em lista de espera e que foram prejudicados nas “fases difíceis” que o hospital registou, consequência da pressão que o número de casos de covid-19 exercia na gestão do espaço disponível naquela unidade.
O CHEDV voltou, assim, à sua “normalidade”, garantindo um regresso “gradual e ordenado” e iniciou a recuperação da sua atividade cirúrgica, aquela que foi mais afetada pela pandemia. “Até ao momento, já foram realizadas cerca de 86% do total de cirurgias canceladas por força da pandemia de covid-19”.
Fonte do Centro Hospitalar faz saber que, das 1940 cirurgias que foram canceladas “desde março de 2020 devido à pandemia”, o CHEDV já conseguiu realizar 1667 cirurgias, tendo reagendado as restantes 273 - cirurgias não urgentes - para os próximos dois meses. As especialidades mais afetadas foram, na cirurgia convencional, a Ortopedia e, na cirurgia de ambulatório, a Oftalmologia.
Mesmo com o reforço e a afetação de recursos para dar resposta aos doentes covid-19, o CHEDV “garantiu sempre a resposta assistencial a doentes com outras patologias, cumprindo os planos cirúrgicos relativos às cirurgias urgentes e oncológicas. No ano de 2020, o CHEDV realizou um total de 13 511 cirurgias, menos 1232 face a 2019”, refere a mesma fonte.
Miguel Paiva, Presidente do Conselho de Administração do CHEDV, refere que ao longo do último ano a unidade viveu “grandes desafios para responder às necessidades da população desta região, que registou maior incidência de covid-19”. “O esforço de salvar vidas obrigou-nos a concentrar esforços nestes doentes, o que limitou a capacidade de resposta para outros, com maior prejuízo para os que aguardavam cirurgia. Neste momento, é hora de recuperar essa atividade e estamos muito empenhados, com os nossos serviços cirúrgicos nesse esforço, acreditando que o conseguiremos fazer até ao final do primeiro semestre deste ano”, garantiu.
Relativamente à atividade da Consulta Externa, esta “foi menos afetada” pela pandemia, tendo “inclusivamente” havido uma redução da lista de espera para consulta. “Neste momento, a lista de espera para consulta, referenciada pelos cuidados de saúde primários, tem 5765 consultas, das quais 89% estão dentro do tempo máximo de resposta garantido, um valor que tem melhorado”.
“Este regresso à normalidade é possível graças à diminuição do número de utentes atendidos e internados com covid-19, possibilitando assim que o CHEDV já se encontre num ritmo de trabalho próximo daquele que se verificava antes da pandemia. Apesar deste regresso à normalidade, o CHEDV mantém disponíveis e preparados todos os meios do Plano de Contingência Covid-19”, refere o Centro Hospitalar.
Ambulatório na cidade nunca encerrou
A Unidade de Cirurgia de Ambulatório (UCA) do Hospital de S. João da Madeira, integrado no (CHEDV),manteve-se sempre em funcionamento. Apesar das cirurgias canceladas no hospital sede desde março de 2020 devido à pandemia, a unidade sanjoanense assegurou sempre as cirurgias agendadas. Em 2019, foram operados na unidade 5179 doentes. Em 2020, o número de cirurgias de ambulatório fixou-se nos 5664.
Trata-se de um serviço que está em funcionamento desde 2009 e que conta com o nível de Excelência Clínica da Entidade Reguladora de Saúde (ERS), na área de Cirurgia de Ambulatório, demonstrando assim cumprir todos os critérios de qualidade exigidos, de acordo com o Sistema Nacional de Avaliação em Saúde (SINAS). A unidade local de ambulatório está, assim, preparada para continuar as intervenções e recuperar os pacientes que se encontram em lista de espera.