Ocorreram cerca de 300 ocorrências de Violência Doméstica contra cônjuge ou análogos tendo sido em 2022 que se verificaram mais participações. No mesmo período foram apresentadas 1.542 participações de violência doméstica na área da PSP.
O ano de 2022 foi o que contabilizou mais casos (75) de participações de violência doméstica feitas em S. João da Madeira.
Este e outros números foram revelados pela comandante distrital, Virgínia Cruz, durante a cerimónia de inauguração da sala de apoio à vítima, criada no edifício da Divisão Policial de Aveiro, e apresentada na última semana.
A responsável revelou que, nos últimos cinco anos, foram registadas um total de 299 ocorrências na esquadra de S. João da Madeira. Especificou que 71 participações correspondem ao ano de 2019, 55 ocorreram em 2020, 57 em 2021, e o maior número, como atrás já referido, verificou-se 2022. Até setembro deste ano, foram já contabilizadas 41 participações de “violência doméstica” contra cônjuge ou análogos.
Durante a cerimónia, Virgínia Cruz lembrou que, entre 2019 e setembro de 2023, o Comando Distrital de Aveiro da PSP, que abrange as cidades de Aveiro, Espinho, Ovar, Santa Maria da Feira e S. João da Madeira, registou na totalidade 1.542 participações de crimes de violência doméstica, sendo que 43 dessas detenções da prática deste crime, um grande número verificou-se por mandado de autoridade judiciária.
O ano com o maior número de participações foi ao contrário de S. João da Madeira o de 2019, quando ocorreram 365. Seguem-se os anos de 2022 (345), 2021 (312) e 2020 (299). Até ao passado mês de setembro, foram registadas 221 participações, o que, segundo a comandante distrital, revela “uma tendência decrescente deste tipo de crime”, uma vez que este “aparecia sempre no top 5 como primeiro ou segundo crime mais denunciado na área do comando de Aveiro”, enfatizou a responsável.
Virgínia Cruz referiu ainda que destas participações resultaram 1.636 avaliações de risco, a maior parte das quais de risco baixo e de risco médio, adiantando que, apesar de já começarem a aparecer vítimas homens, revelou que “a maior parte das vítimas são mulheres”.
Apesar da redução das participações dos crimes de violência doméstica, esta responsável justifica ainda a grande necessidade de “investir muito” na prevenção deste fenómeno e nas respostas, para que a vítima possa ser reabilitada.
Relativamente à área da investigação criminal, em 2023, este Comando Distrital tem 364 inquéritos iniciados por violência doméstica, 379 inquéritos concluídos e 116 pendentes.
Espaço AURORA já acompanhou 143 pessoas
De salientar que, desde a abertura do espaço AURORA – estrutura municipal de apoio a vítimas de violência doméstica e de violência de género, criada pelo Município em 24 de setembro de 2020, já prestou apoio, e procedeu ao devido acompanhamento “social, psicológico e jurídico, quando necessário”, a cerca de 143 pessoas, deu conta a 'O Regional’ a vereadora da Ação Social e Conselheira para a Igualdade no município.
Com a designação de espaço Aurora, proporciona o atendimento e acompanhamento de pessoas nessa situação, designadamente ao nível psicossocial e de prestação de informação jurídica. “O trabalho desenvolvido com a criação desta resposta social municipal mostrou-se, assim, essencial e profícuo, sendo que os números das pessoas que procuram este serviço comprovam a necessidade da existência do espaço Aurora”, reforçou a responsável.
O serviço é prestado pela autarquia através de uma equipa técnica especializada, desenvolvendo também uma intervenção promotora da segurança de quem é vítima de violência doméstica ou de violência de género.