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Casos de Covid-19 voltam a disparar e autarquia endurece medidas

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Cidade aproxima-se do limite do risco extremo, com 934 casos de infeção pelo SARS-CoV-2. S. João da Madeira tem 10 doentes internados.

O número de casos de covid-19 voltou a disparar na região, segundo relatório divulgado na última segunda-feira, dia 18, pela Direção-Geral da Saúde (DGS), que atualizou os dados relativos aos casos por 100 mil habitantes de covid-19, nos primeiros 12 dias do mês de janeiro.
A pandemia de covid-19 parece não querer dar sinais de abrandamento, também no município mais pequeno do país. De acordo com um relatório divulgado pela autarquia, o número de novos casos de infeção pelo SARS-CoV-2 tem aumentado diariamente. Assim, no dia 16, surgiram 14 novos casos. Um dia depois, mais seis novas infeções. Dia 18, a subida foi de 15 casos.
Concelho com cerca de oito quilómetros quadrados de área, uma população residente de 21.700 habitantes e uma população móvel de aproximadamente o dobro, S. João da Madeira registava, de acordo com o relatório epidemiológico da autarquia, publicado terça-feira, dia 19, um total acumulado 1692 casos de infeção desde o início da pandemia, embora não indicando o número de casos ativos. 

Novas medidas locais de combate à pandemia

Perante o agravamento da situação, o Presidente da Câmara reuniu por videoconferência com a subcomissão da Proteção Civil Municipal criada para acompanhar a evolução da situação da pandemia no concelho e que integra a Autoridade de Saúde Local, os Bombeiros, a PSP e a GNR.
Daí, saiu o parecer unânime no sentido de serem tomadas medidas locais de combate à pandemia, designadamente o encerramento de parques e jardins municipais, de instalações desportivas e dos cemitérios. Essas decisões entraram em vigor nesse mesmo dia, na sequência de despacho assinado pelo edil sanjoanense.
Jorge Sequeira explica que são medidas que “visam tornar efetivo o dever de recolhimento obrigatório”, perante uma situação que classifica de “especialmente grave”, lembrando que “S. João da Madeira continua a ser um concelho de risco muito elevado”. Por isso, reforça que é tempo de “evitar qualquer deslocação ou qualquer contacto ou qualquer convívio que não seja permitido nos termos da lei ou que não seja estritamente essencial”. 

Hospital de S. Sebastião sob “pressão tremenda”

Num vídeo publicado na rede social Facebook, em que surge acompanhado pelo coordenador da Proteção Civil Municipal, o autarca destaca que “é necessário estancar a progressão da covid”, até porque, como refere, “a pressão sobre o Hospital de S. Sebastião é tremenda”. A capacidade instalada da unidade de saúde localizada em Santa Maria da Feira “está praticamente esgotada”, adianta.
Reconhecendo que as medidas de combate à progressão da pandemia não são agradáveis, Jorge Sequeira contrapõe que neste momento “a prioridade deve ser a proteção da saúde pública”, pelo que apela à “compreensão de todos” e que “cada um se proteja e proteja os outros”, colaborando assim com o pessoal da saúde e da proteção civil, que “estão no limite da sua capacidade de ação”.

Dez doentes sanjoanenses internados

O Hospital S. Sebastião tem 128 pessoas internadas com covid-19, das quais 21 encontram-se (dia 19) na Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) e, segundo revelou a administração do equipamento de Santa Maria da Feira, nove são residentes em S. João da Madeira, encontrando-se um na UCI.
Estes números foram avançados a ‘O Regional’ pelo Centro Hospitalar do Entre Douro e Vouga (CHEDV), que tutela também os hospitais de S. João da Madeira e Oliveira de Azeméis, servindo uma população aproximada de 350 000 utentes, dispersos por vários municípios sob alçada das administrações regionais de saúde do Norte e do Centro.
Miguel Paiva, presidente do conselho de administração do CHEDV, explica que as necessidades de tratamento destes doentes estão em níveis idênticos aos da segunda vaga (outubro/novembro), “o que é muito elevado”. A grande diferença que esta unidade de saúde sente, neste momento, “prende-se com as necessidades de tratamento de doentes com outras patologias que não covid. A compatibilização destas necessidades tem criado uma pressão muito significativa sobre o internamento”.
Outro aspeto relevante, segundo Miguel Paiva, face à segunda vaga é o facto do CHEDV estar a “assumir um significativo número de doentes de Ovar, que pertence à ARS Centro. Neste momento, temos 19 doentes internados que estão a ser tratados por nós, assim reforçando a solidariedade que existe dentro da rede do SNS”.
O presidente do agrupamento hospitalar alerta perante os números diários de infeções da doença, para que seja feita uma reflexão “quanto à atitude cívica a tomar”, alertando uma vez mais para as orientações de confinamento e de respeito pelas regras básicas do uso de máscara, distanciamento social e higienização de mãos. “Se todos cumprirem, os riscos diminuem drasticamente e conseguiremos poupar mortes evitáveis”, enfatiza.

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