Sociedade

Camionistas defendem a construção de um Parque TIR na cidade

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Motoristas de transportes pesados há muito que defendem a construção de um Parque TIR na Zona Industrial das Travessas, em S.João da Madeira, que permita condições “dignas” a estes profissionais que “contribuem para a economia da cidade e da região”.

Para quem conduz um veículo pesado de mercadorias, estacionar em S. João da Madeira não é fácil. Não há lugares para o fazer e resta “ocupar”, muitas vezes, lugares destinados a viaturas ligeiras. Vários camionistas, em declarações a ´O Regional´, referem que o Parque TIR, é reivindicado na cidade “há muito” e defendem a sua construção no parque do “mercado por grosso”, mesmo ao lado do quartel operacional dos Bombeiros. “É um bom local e o ideal”, para permitir “criar instalações com sistema de videovigilância 24 horas, balneários e refeitório”, a um “preço diário”, a ser suportado pelos camionistas, diz um deles, preferindo manter o anonimato.
Lembram que o assunto foi falado inclusivamente com ex-ministro das Infraestruturas, o sanjoanense Pedro Nuno Santos, que deixou o governo após nova polémica com a TAP, em 2022. “Demos-lhe a conhecer a nossa realidade que, infelizmente, é o exemplo noutras cidades portugueses”.  E falam da profissão como “uma vida dura”, em que “o camião é quarto e cozinha”.
Manuel Silva é camionista de uma empresa num concelho vizinho. Perde a conta aos quilómetros que faz por ano, em toda a Europa. Dorme no camião, come grande parte das vezes sandes ou comidas rápidas. Começa a mostrar sinais de cansaço de uma profissão que escolheu há mais de 30 anos, mas faz questão de referir que “contribui para a economia da cidade e da região”. Este motorista diz sentir, muitas vezes, o desagrado dos vizinhos que não gostam de ver o camião parado um ou dois dias, próximo da zona onde reside. “Eu entendo, também não gosto. É um muro que ali fica”, mas lá vai dizendo que “as opções não são muitas” e que sempre que pode deixa “o camião na empresa”. Este camionista lembra que S. João da Madeira “é uma cidade industrial com viaturas pesadas a entrar e a sair todos os dias” e que “é urgente criar condições dignas”. Dá como exemplo o município da Guarda que, em 2015, criou um Parque TIR, “respeitando estes profissionais” e “obedecendo àquilo que são as normas europeias”.
Pedro Alves, de 46 anos, é também motorista de longo curso. A trabalhar no setor dos transportes de mercadorias há cerca de vinte anos, tanto transporta cerveja, como peças de automóveis pela Europa fora. “S. João da Madeira tem grandes empresas que recebem centenas de camiões por semana”, diz, e a alternativa passa mesmo por “estacionar em aparcamentos para viaturas ligeiras, roubando o lugar, no mínimo, a quatro viaturas por camião”.  Pedro alerta ainda para a dificuldade que os motoristas encontram nas várias artérias da cidade. “Há muitas rotundas, ruas estreitas”, o que faz com que “o acesso a determinadas empresas nem sempre seja fácil”.

Poderá ter acesso à versão integral deste artigo na edição impressa n.º 3955, de 28 de setembro ou no formato digital, subscrevendo a assinatura em https://oregional.pt/assinaturas/

 

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