Sociedade

Cadeira onde o Papa se vai sentar e o ambão de leituras são da autoria de Paulo Neves

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A cadeira, onde o Papa se vai sentar, e o ambão, onde serão lidos os textos evangélicos, são feitos de madeira de cedro e espelham a linguagem artística muito estilizada do escultor Paulo Neves

Estudou em S. João da Madeira (Serafim Leite) e, apesar de ser um cucujanense de gema, diz que vive na fronteira entre esta vila do concelho de Oliveira de Azeméis e a cidade sanjoanense, onde garante passar muito do seu tempo.
Paulo Neves é, atualmente, um dos nomes mais conhecidos da escultura portuguesa contemporânea e é o autor da cadeira, onde o líder da igreja católica se vai sentar, e o ambão, onde serão feitas leituras em duas cerimónias da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que decorrem de um a seis de agosto, em Lisboa. “Estamos a falar do Santo Padre uma pessoa de quem gosto muito, e tive o prazer de estar com ele pessoalmente em Roma”, um encontro que também serviu de inspiração para estas duas obras feitas de madeira de cedro, que espelham a linguagem artística muito diferenciada do escultor e que representam a evangelização do mundo, feitas e oferecidas pelo escultor à organização.
O desafio começou depois de um convite do padre Paulo Franco, responsável pela organização, que desafiou o escultor a participar. “Achei interessante a ideia. Concorri e venci. É, na verdade, mais um trabalho a juntar aos que tenho feito”, considerando tratar-se de “um grande trabalho, principalmente pelo seu significado”, afirmando ser difícil contabilizar as horas de trabalho já dedicadas a estas duas obras que começaram a ser pensadas e trabalhadas há cerca de três meses, e devem sair na próxima semana dos seus ateliês.

Os rostos, esculpidos em cada esquina do ambão representam Mateus, Marcos, Lucas e João

Paulo Neves explica que os rostos, esculpidos em cada esquina do ambão representam Mateus, Marcos, Lucas e João, “os evangelistas a quem se atribui a criação dos quatro evangelhos do Novo Testamento”. As espirais, por sua vez, simbolizam “a energia transmitida pelas pessoas, o movimento circular, dinâmico e evolutivo da vida, a união centrada em algo maior, que nos faz emergir noutra dimensão”.
O escultor assume-se como um homem “espiritual”, que encontra no campo e nos vários ateliês, que tem instalados no campo e na floresta dessa aldeia, a “introspeção e a paz de espírito” necessárias para criar. Admite, por isso, que ficou “imensamente feliz e comovido” por a organização da JMJ ter aceite a proposta que apresentou para esculpir a cadeira papal e o ambão, que serão uma oferta sua.

Poderá ter acesso à versão integral deste artigo na edição impressa n.º 3948, de 13 de julho ou no formato digital, subscrevendo a assinatura em https://oregional.pt/assinaturas/

 

 

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