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Bárbara Guimarães: “O Natal para mim sempre foi família”

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Sempre que a quadra festiva se anuncia, as memórias da apresentadora de televisão Bárbara Guimarães viajam até S. João da Madeira e às muitas lembranças vividas junto da família. Coleciona bolas de natal há mais de 30 anos e não dispensa as rabanadas

Jornal - O Regional - Que importância tem esta época do ano na sua vida?
Bárbara Guimarães - O Natal para mim sempre foi família. Junto dos meus pais, quando era miúda, depois, quando se divorciaram, passei muitos natais com a minha avó paterna Maria do Céu, e com a minha avó Lurdes sempre. Com a mudança para Lisboa, o Natal também começou a ser feito na capital com as minhas irmãs. Este ano, a época vai ser um pouco mais triste, porque será o primeiro Natal sem a minha querida avó Maria de Lurdes, que nos deixou este ano, mas tenho a certeza que estará presente na mesa de Natal, na noite de consoada, uma das noites que ela mais presenteava, sempre com o bacalhau, as pencas que ela escolhia tão bem, os ovos cozidos, tudo preparado para uma roupa velha no dia seguinte, e com tudo aquilo que a família sempre amou. Na noite, vamos juntar toda a nossa família. A minha mãe, as minhas irmãs, os meus sobrinhos todos, os meus filhos. O Natal, para mim, é impensável sem a luz da minha vida. A minha mãe. Sempre, sempre com ela.

Sempre que o Natal se anuncia, as suas memórias viajam até S. João da Madeira?
De alguma forma sim, porque ou passávamos em Lisboa ou em S. João da Madeira. A verdade, ainda hoje, os Natais vividos em S. João da Madeira trazem-me muitas recordações. As boas pencas estavam aí, o bacalhau era comprado no Mercado Municipal, guardo ainda o cheiro das rabanadas, da aletria e a memória de colocar a canela em cima com todos os desenhos que se podiam fazer sobre ela.
Tenho recordações mais longínquas em casa da minha avó Lurdes, quando, nessa altura, brincava numa cidade muito menos desenvolvida, com menos habitações. Na verdade, acho que temos sempre caminho para o Natal. Visitamos família, vamos estando em jantares de Natal e, na noite de consoada, as recordações de tudo estão em cima daquela mesa. Sejam elas onde forem. Estão todas lá. Memórias de sítios, de sabores, de cheiros, de carinhos e abraços, principalmente das pessoas que amamos ao longo da vida.

Mas guarda na lembrança algum Natal em particular?
Guardo várias. Mas lembro-me de um em particular, precisamente em S. João da Madeira, teria cerca de seis anos. Nessa altura, o meu pai vestia-se de Pai Natal, e achava que eu nunca iria descobrir. Descobri já nessa altura, mas nunca lhe disse nada até ele achar, anos depois, que eu ainda acreditava que era mesmo o Pai Natal que vinha lá a casa, e que até entrava pela chaminé (risos).
Lembro-me de ter recebido nesse Natal um presente que eu queria muito, que era um bebé chorão. E não estava a contar com mais nenhum presente. Nesse Natal, os meus pais fazem-me uma grande surpresa. Decidiram oferecer-me um outro presente no dia 25 de manhã. Quando acordo, vejo uma sombra gigante no meu quarto e dou um grito de alguém que se assustou de verdade com aquilo. A minha avó veio a correr, porque eu dizia que tinha um monstro no quarto. Era, na verdade, uma bicicleta encarnada (risos). Tenho este momento único porque eu adorava ter uma bicicleta, e era um presente que eu não estava nada a contar receber. Não esqueço este momento único, porque o desejo de ter a bicicleta era muito grande. Nesse mesmo dia, fui com o meu pai aprender a andar, no jardim em frente à nossa casa, onde agora está localizado o Tribunal. Era um jardim enorme. Lindo. Foi aí que eu aprendi a andar de bicicleta. E, logo no primeiro dia, dei uma queda extraordinária, mas continuei, e o meu pai nem reparou que eu me espatifei toda (risos).

“Coleciono bolas de Natal há mais de 30 anos”

E, relativamente a iguarias, quais são as de maior tentação e as que não abdica na ceia de Natal?
Eu abdico de tudo, menos das rabanadas que a minha mãe faz, que são iguais às que a minha avó fazia. É impressionante. Está lá tudo. Também não dispenso a aletria. São para mim os verdadeiros doces de Natal. Eu não sou muito de doces. Sou mais de salgados. Mas o Natal remete-me para a infância, onde comprava a bola de berlim na Padaria Souto, as delícias da Concha Doce e da Colmeia, a memória de comer o bolo rei e querer apanhar o brinde na fatia, e nunca a fava… (risos).

Poderá ter acesso à versão integral deste artigo na edição impressa n.º 4015, de 19 de dezembro de 2024 ou no formato digital, subscrevendo a assinatura em https://oregional.pt/assinaturas/
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