O projeto PRIMUS, iniciado no ano letivo anterior, permite uma abordagem estruturada, de base científica, para a avaliação da implementação do Programa da Atividade Física nas escolas do 1.º ciclo do ensino básico.
“O projeto estendeu-se, este ano letivo, tendo como alvo as crianças que entraram no presente ano letivo, nas três escolas – uma por agrupamento, cujo programa piloto iniciou no ano anterior”. A frase é de Irene Guimarães, vereadora da Educação da autarquia sanjoanense relativamente a estes estabelecimentos de ensino que viram a continuidade do projeto de monitorização médica que calcula os efeitos do exercício físico na saúde das crianças, revelou a autarquia, anunciando um aumento de 276 para 360 participantes no projeto.
Aberto a alunos do 1.º ciclo, e coordenado por médicos cardiologistas do Centro Hospitalar do Entre Douro e Vouga (CHEDV), o denominado ‘Primus Great’ teve um investimento de 20 mil euros por parte do PAOITI - Plano de Ação da Operação Integrada do Território de Intervenção, na zona sul da Área Metropolitana do Porto.
Irene Guimarães acrescenta que “desenhar e conduzir uma intervenção de base escolar”, para promover a atividade física nas crianças. Incentivar estilos e hábitos de vida saudáveis, e reduzir as iniquidades relacionadas com as características sociais da população “são os grandes objetivos do PRIMUS GREAT que, aliado aos programas municipais das cinco horas semanais da prática de educação física, do programa das refeições escolares” e, também, “o programa lanches escolares saudáveis, contribuirá para a saúde da comunidade escolar mais jovem, alicerçando, de forma estruturada, o seu crescimento harmonioso e saudável”.
A autarquia definiu um programa de cinco horas semanais de exercício físico nas escolas, onde os professores podem verificar, em cada criança abrangida pelo programa, vários “parâmetros antropométricos e de pressão arterial”, que previamente são definidos pelos profissionais de saúde.
Com a colaboração dos parceiros Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga (CHEDV), do ACE’s – Agrupamento dos Centros de Saúde de Entre Douro e Vouga II, Aveiro Norte, o programa pretende proceder à monitorização contínua e estruturada do impacto da intervenção da atividade física, com base em importantes parâmetros antropométricos e da pressão arterial das crianças alvo da intervenção.
Miguel Paiva, presidente do conselho de Administração do CHEDV, entidade que gere ainda as unidades hospitalares de S. João da Madeira e de Oliveira de Azeméis, salienta que este projeto “é único e de grande valor científico”, e com um “enorme potencial de intervenção nas políticas de promoção da saúde, algo que está no cerne da criação das novas Unidades Locais de Saúde”.
Neste caso, ao conhecer e acompanhar o estado de saúde destes jovens, aquele responsável acrescenta que o centro hospitalar vai “perceber o impacto que a intervenção em programas de fomento do desporto escolar ou de apoio à alimentação saudável podem ter na melhoria da sua condição de saúde”.
A finalizar, Miguel Paiva refere que “esta é a grande inovação do projeto” e não tem dúvidas de que “teremos evidência que nos levarão a intervir em rede”, junto de instituições de saúde, do setor da educação, do desporto e da comunidade, “como as câmaras municipais, contribuindo para uma sociedade mais saudável”.
Fonte da autarquia revela que o ‘Primus Great’ tem já financiamento garantido até 2025, e que poderá ser prolongado em moldes a definir pelo centro hospitalar e autarquia. Neste momento, a escola EB1 de Fundo de Vila, Fontainhas e Ribeiros estão a proceder, até ao final de novembro, à reavaliação física dos cerca de 276 alunos que fizeram parte do projeto durante o ano letivo de 2022/2023, e realizar a auscultação inicial das 84 crianças que farão parte do estudo em 2023/2024.