O Presidente da Câmara de S. João da Madeira critica a ausência de informações por parte da ministra da Saúde, apesar de já ter solicitado uma audiência para discutir a possível passagem da gestão do hospital para a Misericórdia, um assunto que considera de “extrema importância” para os sanjoanenses.
A distrital de Aveiro do PS já tinha defendido que a administração dos hospitais integrados no Serviço Nacional de Saúde (SNS) deve ser assegurada pelas respetivas entidades públicas, o que, no caso do hospital de S. João da Madeira, sucede no enquadramento da recém-criada Unidade Local de Saúde (ULS) de Entre o Douro e Vouga.
Jorge Vultos Sequeira, Presidente da Câmara Municipal de S. João da Madeira (PS), em declarações a 'O Regional', revela que o município “já solicitou uma audiência à ministra da Saúde para se inteirar deste assunto”, classificando a passagem do hospital para a Misericórdia um assunto de “importância crucial para a população” e “lamenta” que, até ao momento, esta autarquia não tenha recebido “qualquer resposta ao nosso pedido, nem alguma informação do governo, relativamente a esta matéria, o que muito estranhamos e lamentamos”, enfatizou o autarca.
De salientar que, recentemente, Luís Montenegro avançou que a ministra da Saúde já estava a trabalhar com algumas Misericórdias, como as de S. João da Madeira e de Santo Tirso, “para a transferência dos respetivos hospitais para as mãos das Misericórdias”.
A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) deu conta, esta semana, que se opõe à entrega da gestão de hospitais do SNS ao setor privado, alertando para riscos na qualidade dos serviços e condições laborais dos profissionais de saúde.
A FNAM lembrou a situação do Hospital de S. João da Madeira e do Hospital de Santo Tirso, onde foi feito um “grande investimento” para melhorar as instalações, e ambas as unidades estão anunciadas para entregar a gestão à das Misericórdias locais.
Recorde-se que, a requerimento do Bloco de Esquerda (BE), à ministra da Saúde, Ana Paula Martins, foi questionada durante a Comissão Parlamentar de Saúde, que decorreu no último dia 13, na Assembleia da República, sobre a intenção do governo entregar o hospital de S. João da Madeira à Santa Casa da Misericórdia. A ministra recordou que a decisão política de devolver os hospitais às Misericórdias “não é nova”, acrescentando que essa medida “foi interrompida na altura, e este governo voltou a assumir a medida como sendo uma decisão”. No que diz respeito à intenção do governo de devolver os hospitais às Misericórdias, na qual o hospital de S. João da Madeira foi referido na Comissão Parlamentar de Saúde, Ana Paula Martins frisou: “Nunca prejudicaremos as populações, nem nunca desrespeitaremos a lei”, declarou. “É o que podemos dizer aos deputados neste momento”, concluiu.
Em comunicado, os socialistas da distrital de Aveiro já tinham tornado público que, no hospital sanjoanense, são realizadas, atualmente, consultas em diversas especialidades, incluindo Cirurgia Geral, Ginecologia, Medicina Interna, Oftalmologia, Ortopedia e Otorrinolaringologia. No âmbito da consulta externa, são efetuados ainda exames especiais de Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Cardiologia.
A unidade de saúde de S. João da Madeira possui um bloco operatório constituído por três salas e quatro camas de recobro, com possibilidade de ativação de um total de sete camas.
Partilhar
Imprimir
