Carnaval no Mundo foi o tema da edição que marcou este ano, de maneira a ir ao encontro de representar a pluralidade de culturas e de países representados atualmente no município
O Carnaval das Escolas regressou às ruas de S. João da Madeira passados dois anos, devido à pandemia da Covid-19 que se fez sentir entre 2020 a 2022 e, com isto, alunos e professores não pouparam o entusiasmo de voltarem a celebrar esta festividade.
Carnaval no Mundo foi o tema da edição que marcou este ano, de maneira a ir ao encontro de representar a pluralidade de culturas e de países representados atualmente no município e, consequentemente, na comunidade educativa sanjoanense.
A propósito de dar voz ao público e participantes do carnaval, o O Regional foi para as ruas falar com os mesmos. Maria Luísa, juntamente com o marido, José Manuel, espectadores do Carnaval das Escolas, que tanto se anima com a passagem das crianças no desfile afirmam: “Achamos bem que as nossas crianças saiam à rua novamente, é tudo um incentivo das nossas crianças e das nossas coletividades tornar a percorrer as ruas de S. João. Estamos entusiasmados o máximo possível.”
Atrás dos Gigantones, a fanfarra dos Bombeiros Voluntários de S. João da Madeira soltam os bumbos que dão início ao evento, seguindo-se os idosos do Lar S. Manuel, que pela alegria que transmitiam, começaram o percurso mais cedo, a pretexto das suas mobilidades e condições não permitirem que façam o percurso completo. Depois de dois anos de pandemia, a diretora do Lar, Isaura Costa, confessa: “Foi algo muito duro para os lares da terceira idade, os idosos estão sempre ávidos de sair, fazer atividades e o Carnaval não é exceção.”
Com intenção de encontrar novamente o carnaval e a folia, os participantes do Lar de S. Manuel quiseram mostrar que “tínhamos mais valências connosco, portanto desde a infância até à terceira idade, o tema foi comum. Através do tema Carnaval do Mundo, quisemos expor que fomos os pioneiros em descobrir esta festividade.”
Na companhia do regresso do cortejo carnavalesco, Paulo Oliveira, Professor da Escola João da Silva Correira conta-nos, “o Carnaval para mim significa alegria e a possibilidade de estar num palco. Fazer com que as crianças e os adultos, tenham, todos eles, um sorriso na cara e que se divirtam, que cantem, que dancem e que saiam daqui com uma satisfação e com uma sensação de alegria e bem-estar, isso é o mais importante para mim e quando eu vejo isso nas pessoas que estão à minha frente, entusiasmadas e a participar, então eu fico feliz e é isso que me move”.
A AESJSC esforçou-se por uniformizar a forma como vieram vestidos, onde neste caso a mão representada nas costas das t-shirts dos seus alunos, significa a pegada mundial que cada país, cada pessoa e cada estado tem nas pessoas do dia-a-dia, acrescentou Paulo Oliveira.
Empolgadas e bem-dispostas, as crianças compareceram neste regresso da comemoração do carnaval com um sorriso na cara e energia no corpo. Luana Martins, participante do ATL Artes & Traquinices revelou, “gostei de ter participado no Carnaval. Depois de dois anos parados por causa do Covid-19, estava ansiosa por regressar”
De maneira a encerrar o cortejo, o presidente da câmara, Jorge Vultos Sequeira, desejou a toda a comunidade sanjoanense um bom carnaval e felicitou os seus participantes e colaboradores.
Associação de Apoio aos Imigrantes estreia-se no Carnaval com Samba de S. João da Madeira

A estreia da Associação Desportiva de Apoio aos Imigrantes (ADAI) fez-se sentir com a folia trazida pela força dos vários imigrantes, desde brasileiros, venezuelanos, colombianos, são-tomenses e angolanos que marcaram presença nas ruas de S. João da Madeira durante o cortejo carnavalesco das escolas.
Através de uma parceria que propuseram à Câmara Municipal, a primeira proposta que fizeram foi participar no carnaval, assinalado através da temática Carnaval no Mundo, os presidentes da Associação, Renato Costa e Ronaldo Pereira, declararam “O povo brasileiro gosta e vive o carnaval e a nossa ideia não foi trazer a nudez para o desfile, foi realmente querer mostrar um pouco do que é esta festividade no brasil, sem excessos”. Com esforço e orgulho naquilo que querem transmitir, a ADAI foi pioneira na criação do “Samba de S. João da Madeira”, ritmo que os acompanhou durante o seu percurso no desfile.
Já com o pensamento no carnaval do próximo ano e com o objetivo de ajudar na integração dos imigrantes que hoje constituem uma crescente potência não só no município, assim como no país, os presidentes acrescentaram: "Nós escolhemos esta cidade para morar, não para tirar, mas sim para somar. Tudo o que for para ajudar a contribuir, nós queremos estar lá”.
AESL em destaque pelo maior número de participantes
- A Escola Serafim Leite destacou-se no Cortejo Carnavalesco pelo maior número de alunos participantes, cerca de 700, pelo que, já se tornou tradição a sua presença nesta festividade, não apenas da escola, mas do Agrupamento.
- A preparação implicou uma boa organização, mas, sobretudo, dedicação e motivação. Desde logo, foi necessária a disponibilidade de uma equipa de professores e alunos (neste ano, professores e alunos de Design Gráfico; Mecatrónica e Eletrónica) que concebem os disfarces associando-os ao tema do desfile. A conceção implicou a adaptação à disponibilidade de verbas e ainda ao número elevado de fatos que tiveram de ser confecionados.
- Neste ano letivo, subordinado ao tema “O Carnaval do Mundo”, a diretora da ESSL, Helena Resende afirmou “O Agrupamento de Escolas Dr. Serafim Leite brindou a comunidade de S. João da Madeira com algumas das práticas carnavalescas tradicionais portuguesas como o Carnaval de Lazarim e o de Podence. Desta forma, o agrupamento honrou a arte e a cultura portuguesas, levando consigo “um fragmento da História, de uma identidade e de uma tradição”, com os chocalhos Pardalinho. Finalmente, porque o Carnaval implica muita música, pedimos a colaboração do grupo folclórico de S. Tiago de Lobão, onde se incluem ex-alunos e ex-professores da Serafim Leite, com dezena e meia de bombos”.
- Neste ano, foram “guiados” por um conjunto de máscaras gigantes que se encontram em exposição no átrio da escola sede. “Vive-se um ambiente extraordinário de ajuda mútua, cumplicidade, afetos, alegria, diversão, …”, concluiu a diretora, Helena Resende.