Bem diz o ditado. Após o terceiro concurso público, o município adjudicou a concessão da exploração do estacionamento à superfície e dos dois parques subterrâneos da cidade.
Foi o último ponto a ser debatido na reunião de câmara e onde o vice-presidente, José Nuno Vieira, lembrou o histórico do dossier que já deu muito que falar. A concessão do estacionamento à superfície e dos dois parques subterrâneos da cidade foi adjudicada - por um período de 15 anos-, após um longo processo e alterações aos concursos públicos até a terceira tentativa surtir efeito.
O primeiro procedimento previa uma operação imobiliária e a construção de um parque de estacionamento na rua Padre Oliveira, assim como o segundo, que alterou o critério de partilha de receitas para o tornar mais atrativo. Os dois ficaram desertos, levando o executivo a lançar novo concurso público, mas deixando cair a operação imobiliária e que previa a construção de um parque de estacionamento. Na assembleia municipal de julho, onde o assunto foi debatido, Jorge Sequeira já tinha formulado o desejo: “que à terceira seja de vez”. E foi.
Na reunião desta segunda-feira, José Nuno Vieira destacou que a proposta da empresa vencedora prevê “uma repartição de 55%” da verba dos parquímetros com o município, além de permitir “um avanço tecnológico e no serviço” prestado aos cidadãos. Novos equipamentos serão instalados, o pagamento será mais facilitado - através de via verde ou MBway, e os utilizadores receberão “um aviso no telemóvel quando o prazo está a expirar”. Estas foram algumas melhorias salientadas por José Nuno Vieira, que não escondeu a “satisfação por este procedimento ter tido sucesso”.
Mas há “alguma previsão” para quando entrará em funcionamento a nova concessão? A questão partiu do vereador da Coligação PSD/CDS, Tiago Correia, e não no sentido de “querer entalar o executivo”, ressalvou. José Nuno Vieira respondeu que o Tribunal de Contas tem ainda de se pronunciar, tendo um prazo de 45 dias. O autarca admitiu que os prazos não têm sido prolongados, mas escusou-se “a fazer futurologia”. A empresa já entrou em contacto com os serviços e a intenção da autarquia é que a concessão esteja “no terreno o mais rápido possível”. José Nuno Vieira revelou-se ainda satisfeito por se tratar de uma “empresa com experiência na matéria”, o que “dá alguma segurança” à autarquia.
A Coligação ‘Melhor Cidade do País’ absteve-se na votação e Tiago Correia lembrou porquê. O terceiro concurso é “o culminar de seis anos de avanços e recuos” que causaram prejuízos “aos sanjoanenses e principalmente aos comerciantes”, criticou. O vereador argumentou que o “experimentalismo” do executivo prejudicou as receitas da cidade - “um milhão de euros de prejuízo, cerca de 170 mil euros por ano, com a agravante da eliminação de 100 lugares nas ruas da cidade”. Acusando o executivo de reduzir o número de lugares para estacionar e aumentar os lugares pagos, Tiago Correia questionou quando será construído o parque de estacionamento, “uma situação premente na cidade”.
José Nuno Vieira sublinhou que o terceiro parque é “um objetivo do município”, que teve de “redefinir a estratégia” face aos resultados dos dois primeiros concursos públicos. Apontou ainda que os próprios investidores “entendem que não há atratividade no terceiro parque”.