Sociedade

47 anos depois da «Revolução dos Cravos» já é possível falar “sem um nó na garganta”

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A Sessão Solene, que decorreu na Casa da Criatividade, foi antecedida, como é tradição, pelo Hastear da Bandeira.

Ao contrário do que aconteceu em 2020, este ano, o 25 de Abril está a ser celebrado nas ruas de S. João da Madeira. Ainda assim, e apesar de estarmos em desconfinamento, a lotação da Assembleia Municipal realizada na manhã deste domingo foi limitada e sujeita a reservas. A Sessão Solene, que decorreu na Casa da Criatividade, foi antecedida, como é tradição, pelo Hastear da Bandeira.
Em discursos marcados pela pandemia, os deputados recordaram a  opressão da ditadura e as conquistas de Abril de 74, naquela que consideram a “data mais marcante do século XX em Portugal”.
Clara Reis, Presidente da Assembleia Municipal, fez vários apelos numa altura em que o mundo vive uma página difícil da sua história devido à covid-19.
“Apelo aos jovens, responsáveis pelo futuro, para que não se deixem enganar por promessas vãs, palavras ocas, lanças de ódio contra os mais frágeis”. E pediu para que lutem pela preservação da conquista que estes cravos vermelhos significam”. “Que nunca se esqueçam que queremos que a liberdade que está a passar por aqui, não passe em vão e se instale até que não haja força que a derrube”.
Jorge Vultos Sequeira, presidente da Câmara de S. João da Madeira, começou por sublinhar que o período que atravessamos é de “esperança” e lembrou que, na Casa dos Fornos da Oliva, decorre o processo municipal de vacinação contra a Covid -19.
O autarca disse que o 25 de Abril “abriu a porta à democracia” e, recordando Manuel Alegre, afirmou que “hoje é possível falar sem um nó na garganta". "Mas, precisamente hoje, é necessário dizer que a democracia é frágil e que muitos, ainda que dissimuladamente, desejam limitá-la e, mesmo, destruí-la”.
Sequeira lembrou também que é importante saudar os militares de Abril e todos os resistentes à ditadura. “Recordemos as quatro vítimas que padeceram assassinadas pela PIDE na rua António Maria Cardoso, homenageemos os sanjoanenses que lutaram pela liberdade e sejamos firmes na defesa de uma vida em liberdade e em democracia”.
Decorreu ainda a entrega de prémios aos primeiros classificados do concurso de cartazes sobre o 25 de Abril, dirigido aos três agrupamentos (Dr. Serafim Leite, João da Silva Correia e Oliveira Júnior) e ao CEI. A comemoração ficou ainda marcada pela atuação do Coro de Câmara.

A comemoração do 47.º aniversário do 25 de Abril em S. João da Madeira fica ainda marcada pela inauguração da exposição de fotografia “A liberdade passou por aqui”, de Alfredo Cunha. A exposição estará aberta ao público até dia 31 de agosto, na Torre da Oliva. Reúne várias fotografias já conhecidas sobre a revolução e ainda imagens inéditas, num total de 60 registos que, a partir dos negativos originais de 35 milímetros, foram digitalizados em 'scanner'-tambor e depois sujeitos a impressões em PVC de 60 por 80 centímetros e de 90 por 120.
Ao final da tarde, irá realizar-se uma visita ao mural de Salgueiro Maia e Chaimite, na rua do Poder Local, em Fundo de Vila.
Lembre-se que este é um dos 13 feriados nacionais obrigatórios. A data celebra a revolta dos militares portugueses que, a 25 de Abril de 1974, levaram a cabo um golpe de estado militar com o objetivo de acabar com a ditadura imposta por Salazar, que durou 41 anos.

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