Sociedade

30 anos de afirmação das marchas

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As marchas das Festas da Cidade, que aconteceram pela primeira vez há cerca de três décadas, têm adquirido relevo ao longo desse tempo. Quem participou nas primeiras marchas (uma iniciativa da escola dos Condes) considera que hoje o destaque é maior.

Ana Correia começa por dizer estar “quase” certa de que participou no primeiro ano em que se realizaram marchas populares em S. João da Madeira, no início da década 90. “Estava na 4ª classe, o meu irmão no 1º ano, tenho praticamente a certeza que foram as primeiras marchas, ou foi 1991 ou 1992”, aponta.
Participou novamente nos dois anos seguintes, até ir para o 3º ciclo. “O 3º ciclo já não participava”.
De acordo com uma pesquisa pelo arquivo d’O Regional, a escola dos Condes apresentou-se, na festa escolar concelhia, com marchas populares em junho de 1992. A meio da década, já o programa das Festas ao São João da Ponte incluía o desfile de marchas populares ao S. João da Ponte, com a participação dos alunos das escolas de S. João da Madeira.
No entender de Ana Correia, foi uma atividade “muito diferente” do que se costumava fazer até então. Envolvia a escola com a cidade e a escola com a família. “As famílias vinham à escola, isto há 30 anos era praticamente impensável”, sublinha.
Lembra-se “perfeitamente do convívio entre crianças e adultos no átrio da escola” e, por isso, destaca a “envolvência da comunidade social com a comunidade educativa”.
Em todo o caso, considera que hoje as marchas têm outro destaque, no âmbito da programação das Festas da Cidade.
“Acho que na altura tinham pouquíssimo destaque, não se dava o ênfase que se dá agora, era assim muito súbtil, não era uma atividade que fosse muito falada nem muito participada, S. João da Madeira tinha sempre mais [pessoas e destaque] no carnaval das escolas do que nas marchas”, refere.
No seu entender, ao longo destes 30 anos, a iniciativa ganhou relevo. Durante este período, começou a acompanhar os sobrinhos e este ano a filha desfila pela primeira vez.
Do ponto de vista de Ana Correia, as marchas entusiasmam as crianças, desde os momentos de preparação das roupas e ensaios. Quando participou, “aquele momento da coreografia no centro não tinha tanto enfâse”. Agora, até pela profissão que exerce – é educadora e afirma ter essa “perceção” – há a “consciência de que as marchas pertencem à escola” as pessoas veem-nas “mesmo como um marco do ano escolar”.
Aponta ainda que a filha e o sobrinho até dão “mais importância às marchas do que à festa de final de ano”.

Ar­tigo dis­po­nível, em versão in­te­gral, na edição nº 3898 de O Re­gi­onal,
pu­bli­cada em 30 de junho de 2022

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