Hoje, dia 8, é dia do Corpo de Deus e Feriado nacional, sinónimo de celebração de Comunhões por todo o país, sendo que S. João da Madeira não é exceção.
Assegurando que “muitas crianças ainda se inscrevem para a catequese”, e que a tradição se mantém, Álvaro Rocha, pároco da cidade, informou que na totalidade e, este ano, “180 crianças” vão concretizar a sua primeira comunhão.
“Um primeiro grupo já realizou comunhão no dia 4” (passado domingo), e “agora vai haver um segundo grupo no dia 8” (quinta-feira). Nesse dia “haverá missa às 10 da manhã”, e depois do almoço na igreja, “vésperas solenes” (adoração ao santíssimo com oração e cânticos), sendo que após estas adorações decorre a “procissão solene por volta das 17h ou 17h30”, explicou o pároco.
“No ano passado também fizemos várias comunhões e mantém-se, todos anos a afluência é boa.”
Daniel Sebastião, gerente do Restaurante Mutamba, contou a ‘O Regional’ que o dia do Corpo de Deus “continua a ser de muitas comunhões”. Neste conhecido restaurante sanjoanense costumam, para esta ocasião, “fazer um menu por pessoa”, é “assim que funciona, chegamos a um consenso de menu e preço, ou dois pratos ou um prato por pessoa”, explicou. O responsável informa que “normalmente os grupos para estes dias” contêm sempre acima de 20 pessoas, “há 20 anos atrás a procura era maior, mas agora a média anda por aí nas 20/30 pessoas.” Especificando, declarou que na quinta-feira têm “3 grupos” para “comer no restaurante”, mas também tiveram pedidos para casa (take-away). No que toca a diferenças de anos anteriores para este, destaca não notar “grandes alterações”. “No ano passado também fizemos várias comunhões e mantém-se, todos anos a afluência é boa”, admite, clarificando que os sanjoaneneses até “podem não estar muito ligados à religião e nem ir à igreja”, mas “este tipo de festas as pessoas fazem-nas sempre”. “Alguns ligam à última da hora”, para marcar espaço para os convidados, e se o restaurante não tem espaço “pedem para levar para casa” conta Daniel Sebastião, informando que no domingo dia 4 estiveram “cheios”, assim está o panorama para dia 8, e “domingo dia 11 também”.
“As pessoas estão a deixar tudo para a última hora”
Domingos Ribeiro, proprietário do Restaurante Bacana admite que embora “o seu espaço não seja muito solicitado para este tipo de eventos”, para o dia 8 já tem marcado “um grupo de cerca de 20 pessoas para comunhão”. “As pessoas estão a deixar tudo para a última hora” expressou, denotando que os clientes, “agora preferem ir para quintas”, uma vez que são “serviços mais referenciados”, dependendo “do tipo de trabalho e do tipo de serviço que possa ter”. Nesse sentido revelou que o que também tem vindo a acontecer é eles fazerem “o trabalho”, e os clientes acabam por vir buscar, uma vez que também possuem serviço “take-away”. Uma das razões que aponta para esta tendência foi a pandemia de Covid, onde as celebrações tinham de ser feitas de uma forma mais “restritiva”, e as pessoas “não podiam ir aos restaurantes”.
“Isto de certo modo também criou algum grau de habituação relativamente ao que as pessoas gastavam na altura”, garantiu o entrevistado. Quanto ao serviço de comunhão “este ano” está “muito soft”, o e que considera “normal”. Sustentou a declaração anterior pelas “notícias que tem havido” sobre a situação do “baixar do poder de compra”, dos “aumento de preços”, o que faz com que, a seu ver, “as pessoas” tenham de fazer “muitas contas à vida”, e não se andem a “atirar muito de cabeça”.
“Nós aqui tentamos fazer o nosso melhor no sentido de não ser tão drástica a margem de lucro para nós”, avançou, assegurando que têm tido alguma consciência a avaliar os preços de modo “mais moderado”, e “não tão radical”, para tentarem abranger o maior número de pessoas e “praticar” o “melhor serviço possível-qualidade/preço”.
“Nos orçamentos que eu tenho enviado não digo que as pessoas fiquem assustadas, mas realmente não têm o poder de compra que gostariam de ter para vir usufruiu dos nossos serviços, e isso é também uma realidade.” Domingos Ribeiro nota, de igual modo, que há “uma filosofia” que tende a repetir-se atualmente, a das “pessoas” irem ao restaurante “buscar a comida, porque acabam por poupar “nas bebidas, bolo, entradas”. “É nesse sentido”. Concluiu que para o feriado têm o já referido grupo “que ainda não está confirmado” e “algumas reservas” em take-away. “Para os restantes dias temos outros trabalhos desse género, mas não estão relacionados com essa temática, ou pelo menos as pessoas não são de SJM.”
“Costumavam comprar aquilo que agora não compram”
Num outro ramo de atividade, mas também muito ligado a estas celebrações, falamos com o proprietário da Ourivesaria Charrones, que denota que os clientes, a nível de compras, se estão a comportar de forma “relativa”. “A procura infelizmente de ano para ano tem decaído”, abonou. No que toca aos artigos adquiridos nesta efeméride,“o que compram é muito relativo”, mas “essencialmente medalhas para dar às crianças”, que vão fazer “a celebração”, também “fios e pulseiras”, mas “de tudo um pouco”. Sensivelmente mil metros ao lado, na Ourivesaria Vanessa, o seu gerente fez saber que a “procura” está “cada vez pior”, e que “sucintamente” as pessoas “costumavam comprar aquilo que agora não compram”, não acrescentando mais.
“Somos católicos desde sempre”
Marta Leite, sanjoanense cuja filha já realizou a comunhão no dia 4 de junho, mencionou que esta “anda há 3 anos na catequese”, desde que foi “para a 1ª classe”.
“Somos católicos desde sempre e foi esse o motivo que nos levou a colocá-la na catequese porque eu sempre andei”, evidenciou. A progenitora acrescentou que também andou no grupo de jovens, e que que apesar de não ter “sido catequista”, ajudava na catequização. “Também andei no coro e nessas coisas todas, gostei muito”, desvendou. Além disso confessou ter tido a “sorte” de andar sempre com “pessoas boas”, acreditando que até para isso é necessária “sorte”. “Há pessoas que têm más experiências relacionadas com pessoas que estão ligadas à igreja, e depois toda a instituição paga”. Concluiu reiterando que gostou muito de todas as experiências relacionadas com a instituição, motivo pelo qual está incutir a mesma aos seus filhos. “Coloquei os meus filhos na catequese, e vão andar até quando eles quiserem.” Ficamos também a saber, pela mãe, que todas as crianças que realizaram comunhão no dia 4, vão participar na procissão do dia 8.