No decurso das obras da construção da Estrada Nacional 326, ligação da Feira (A32/IC2) a Mansores, com passagem sobre o lugar de S.Mamede, em Fajões, o empreiteiro responsável, no sítio da Terrenha de S. Mamede, perto de umas alminhas aí existentes, e num terreno de pinhal pertencente ao Comendador Manuel Santos Gomes, separado por parede de outros possuidores, decidiu partir e remover um volumoso marco de pedra trabalhado inserido nessa parede.
O referido marco, com a data de 1672 e contendo um báculo, símbolo da autoridade e poder da Abadessa das Freiras da Avé Maria do Porto, donatárias de Fajões, delimitava Fajões das terras vizinhas desde aquela data.
É a voz do povo que levou o marco para a Junta de Escariz, em vez de o entregar à Junta de Fajões, legítima proprietária!
E, mais uma vez, se prova que o camartelo cria, por vezes, problemas; é inimigo dos valores do passado e mais poderoso a destruir património histórico que a preservá-lo. E, desde 1972, é o terceiro marco que é vítima da maquinaria dos homens!
Artigo disponível, em versão integral, na edição nº 3833 de O Regional, publicada em 4 de março de 2021.