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Imaginarius fecha trilogia. Depois do sonho e da liberdade, chega o progresso

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Festival Internacional de Teatro de Rua de Santa Maria da Feira acontece de 22 a 25 de maio. A 24.ª edição promete contemplação, crítica e esperança. São 170 artistas, 43 companhias, 25 estreias nacionais e 11 absolutas, nove criações próprias.

As ruas voltam a ser palco do Imaginarius – Festival Internacional de Rua de Santa Maria da Feira, ao longo de quatro dias, de 22 a 25 de maio. Nesta edição, fecha-se uma trilogia marcada por uma linha de pensamento conceptual, que envolve, questiona, confronta e transforma. Agora é chegada a hora de refletir sobre o progresso, depois da edição dedicada ao sonho, em 2023, e outra à liberdade, em 2024. A conferência de imprensa de apresentação do cartaz de 2025 decorreu dia 20 de fevereiro, numa lavandaria automática. Amadeu Albergaria, presidente da Câmara da Feira, justificou esta opção, lembrando que vamos à lavandaria “quando estamos sozinhos e, depois, encontramos lá outras pessoas. Talvez o Progresso tenha caminhado para esta nova forma de solidão, tal como antes se ia solitariamente aos lavadouros públicos e depois eles se tornavam um ponto de encontro”.
Defende ainda que esse “sítio inusitado”, diz mesmo combinar com a grande missão do festival, que é a de levar a arte ao espaço público e incentivar a população a “redescobrir a cidade”, ela própria “feita de operários irredutíveis da cultura”.
O autarca sublinhou ainda que “O Imaginarius é hoje o palco da vida de muitos artistas que, não há muitos anos, eram crianças e jovens espectadores, voluntários, estudantes de teatro, sonhadores. O melhor legado deste festival é vê-los, agora, ocuparem um lugar central na programação, como artistas emergentes ou reconhecidos atores, criadores e encenadores”.
Por seu turno, o vereador da Cultura, Gil Ferreira, disse que O Imaginarius “é procura, é questionamento, é confronto, é mobilização e é transformação”, acrescentando que “a programação deste ano tem subjacente um pensamento conceptual”, que reflete “sobre o progresso enquanto bem maior de uma humanidade que se deve construir ancorada pelo sonho da paz”.
O legado do progresso, na sua intensidade e intencionalidade das mensagens, é o tema que move o festival, que acontece em ruas, praças e equipamentos culturais do centro da cidade. O convite é para refletir, contemplar e ter esperança.
Em 2025, o Imaginarius apresenta-se igual a si próprio, preparado para inquietar e espicaçar, estimular o pensamento crítico e agitar consciências, atento à emergência de construir pontes e repensar a Humanidade, a maior dimensão do progresso. Com várias perguntas desafiantes. Evoluímos efetivamente enquanto Humanidade? O que poderemos esperar do futuro? De pessoas para pessoas, nas suas intervenções multidisciplinares e multidimensionais, a programação aposta no cruzamento das artes de rua e do circo contemporâneo com outras disciplinas artísticas, como dança, música e gastronomia. Ao longo de quatro dias, 170 artistas de 43 companhias, vindas de 17 países, ocupam 15 espaços que recebem 25 estreias nacionais, 11 absolutas, e nove criações Imaginarius. O investimento é de 500 mil euros.
Na programação, estão quatro espetáculos em espaços fechados, precavendo cenários de chuva, com uma tenda de circo junto ao Orfeão da Feira, o auditório do Cineteatro António Lamoso, o auditório e a sala de exposições da Biblioteca Municipal, além da black box e a nave central do ICC – Imaginarius Centro de Criação. Há ainda três palcos em espaços públicos para redescobrir, ou seja, o parque inferior da Piscina Municipal, que assumirá a escadaria de maiores dimensões como bancada natural, a escadaria da Igreja da Misericórdia e o Mercado Municipal.

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