Política

Voto antecipado ultrapassa legislativas de 2024 na cidade

• Favoritos: 35


No último domingo, 1.211 eleitores votaram antecipadamente em S. João da Madeira, superando a participação nas legislativas de 2024. Estavam inscritos 1.262 votantes de 17 círculos eleitorais, maioritariamente do distrito de Aveiro.

A uma semana das eleições legislativas, muitos eleitores já exerceram o seu direito de voto de forma antecipada no último domingo. Em S. João da Madeira, a Câmara Municipal voltou a ser o principal ponto de encontro para o voto antecipado. Para muitos, esta foi a primeira vez a utilizar o voto em mobilidade, enquanto para outros representou uma forma de evitar a agitação do dia oficial de eleições. Alguns eleitores até consideraram o voto antecipado a única maneira de garantir que poderiam votar nas legislativas.
Este processo repete-se pouco mais de um ano depois. Dos 1.262 inscritos, dos 17 círculos eleitorais, para votarem antecipadamente nas duas mesas de voto no edifício do município de S. João da Madeira, no último domingo, dia 11, votaram 1.211 cidadãos para as eleições legislativas. A maioria do círculo de Aveiro (1.113 inscritos, principalmente de S. João da Madeira, Oliveira de Azeméis e Santa Maria da Feira) votaram na mesa um: 362, na mesa dois: 360 e na mesa três: 347, um total de 1.069 eleitores.
No período antes da ordem do dia da passada reunião camarária, o presidente da Câmara Municipal, Jorge Vultos Sequeira, informou que “em 2024, nas últimas eleições legislativas, inscreveram-se 662 eleitores”, comunicou o edil, realçando o número de eleitores que preferiram votar antecipadamente e em mobilidade, o qual aumentou “significativamente”, agradecendo aos funcionários da autarquia que organizaram aquela operação. O vereador João Almeida, da coligação ‘A melhor cidade do país’, afirmou que foi “testemunha da boa afluência e do bom trabalho dos serviços do município”. “Registar o facto de termos tido eleitores de quase todos os círculos eleitorais do país, o que é relevante também para a centralidade da nossa cidade e para as dinâmicas, é um bom indicador”, considerou João Almeida, apelando aos cidadãos para votarem nas urnas deste domingo como reflexo da “expressão de compromisso com a democracia”.

“Senti-me esclarecida quando fui votar”

O voto antecipado tem sido uma opção nos últimos atos eleitorais e “evitar as filas e a confusão” é um dos argumentos que suporta esta escolha. Maria Oliveira vive em S. João da Madeira e dirigiu-se este domingo com os dois filhos ao Fórum Municipal para exercer o direito de voto. “Já é costume votarmos antecipadamente e assim já fica feito”, refere em declarações ao jornal ‘O Regional´. No entanto, a sanjoanense alerta para um problema que já tinha existido no ano passado. “Houve alguma confusão e várias pessoas comentaram o mesmo. A mesa 2 é a que concentra maior número de votantes e voltou a ter uma grande fila, enquanto as mesas 1 e 3 estavam completamente vazias”, constata. Quando chegou para votar, tinha cerca de 20 pessoas à sua frente. Esperou cerca de meia hora para depositar o voto na urna e quando saiu, pelas 11h, a fila já tinha “mais de 50 pessoas”. “É uma situação que deviam rever, no ano passado já foi a mesma coisa”, afirma, considerando, ainda assim, que o voto antecipado é uma “boa medida”.
Em casa, a família assistiu a todos os debates televisivos e acompanhou entrevistas com alguns dos candidatos. “Senti-me esclarecida quando fui votar, fazemos questão de ver os debates todos para tomarmos uma decisão informada e nestas eleições não foi diferente”, afirma Maria.
As eleições legis­lativas antecipadas eram evitáveis? Maria Oliveira entende que sim. “Acho que os partidos políticos podiam ter evitado isto, se houvesse um bocadinho mais de bom senso e razoabilidade”, declara a sanjoanense, que não acredita que deste ato eleitoral saia uma maioria absoluta. “Vai depender da abstenção também, mas acho que temos um Parlamento muito dividido e que se vai manter assim. Não sou favorável a maiorias absolutas, porque dessa forma fazem o que querem e isso também não é bom”, entende. Por isso, defende um consenso entre várias forças políticas que possam debruçar-se em áreas nevrálgicas para o país e que precisam de medidas urgentes. “Preocupa-me muito as questões da saúde, da habitação e também o custo de vida. Ninguém consegue controlar os preços das casas e das rendas e é preciso pôr mão nisso, assim como o preço dos alimentos, que estão cada vez mais caros”, denota. No que toca à saúde, a sanjoanense dá um exemplo para evidenciar a necessidade de existir uma melhor gestão no Serviço Nacional de Saúde. “Não faz sentido o Hospital da Feira andar a pagar ressonâncias fora quando pode investir e fazer esses exames internamente, é uma questão de gestão”, diz.

 

35 Recomendações
980 visualizações
bookmark icon