Na reunião de Câmara desta semana, a coligação ‘A Melhor Cidade do País’ considerou que S. João da Madeira “merece um natal mais festivo” e insistiu que foi “errado” ter terminado com as decorações nas rotundas.
Para o vereador João Almeida (coligação ‘A Melhor Cidade do País’), fazem “mesmo falta as rotundas de natal, ainda para mais num ano em que se reduziu a iluminação”.
“Achamos mesmo que foi um ano errado para eliminar esta iniciativa, sendo que, provavelmente, nem havia nenhum ano certo para isso”, disse na reunião da última segunda-feira, dia 12, lembrando as pessoas que visitavam a cidade por causa desse fator de atração, bem como os sanjoanenses que percorriam o concelho para ver as decorações.
Sobre a animação da praça, lembrou que “esta Câmara já experimentou vários modelos, o que não é por si criticável”, mas questionou quantas organizações aderiram ao mercadinho de natal, bem como quantas e quais são as comunidades que estão a participar.
O centrista criticou ainda a programão desta época, considerando que “falta natal” à cidade.
Já não fala do Perlim, em Santa Maria da Feira, como apontou, mas remeteu para outros concelhos vizinhos, como Oliveira de Azeméis (que tem um Parque Natal), como exemplo do que se poderia fazer num ano de redução de iluminação face aos custos da energia.
“Outros municípios também se adaptaram às restrições do momento, com soluções criativas, muito ligadas ao comércio tradicional”, sublinhou.
“Deve-se fazer uma reflexão muito grande depois deste natal”, pois “a cidade merece um natal mais festivo”, rematou João Almeida.
“A estratégica foi enriquecer o centro da cidade”
Na resposta, o vice-presidente da Câmara, José Nuno Vieira – que nesta reunião substituiu o presidente Jorge Sequeira -, lembrou que a decisão da redução da iluminação até é contrária àquilo que o executivo PS tem vindo a fazer, já que nos últimos anos houve um reforço no investimento na iluminação, “quer em termos de verbas, quer em termos de áreas abrangidas”. Justificou a redução deste ano com a crise energética.
“Não é um ataque ao natal, é ser coerente com a mensagem responsável que temos de passar, de que temos de reduzir o consumo, há incerteza nos tempos que vivemos”, sublinhou, remetendo para os objetivos de transição energética e medidas que têm vindo a ser adotadas pelo município.
Quanto à programação de natal, parece-lhe “adequada” à cidade. “Não fazemos experiências, a intenção é diversificar a oferta de ano para ano”, disse sobre a animação na praça. “A nossa programação é rica”, considerou também, por sua vez, o socialista.
“A estratégica foi enriquecer o centro da cidade”, sendo que este é o “espaço preferencial de convívio de todos os cidadãos”. “Fizemos questão de manter nos locais mais afastados um pequeno apontamento natalício”, referiu ainda José Nuno Vieira.
Assim, expectativa é que “corra tudo bem e que este natal tenha sucesso”, como apontou, explicando que a decisão de não decorar as rotundas não foi tomada pela Câmara, mas foi uma questão discutida com quem se envolvia nas decorações, podendo a iniciativa regressar se assim for a vontade das partes envolvidas.
Já a vereadora Irene Guimarães completou que a decisão de não decorar as rotundas resultou de “diálogo” com a comunidade escolar e entidades representativas. Sobre o mercadinho de natal, destacou que “houve um investimento muito forte” da autarquia e há “dez casas” (stands), entre associações de pais, associação desportiva de apoio ao imigrante, associação comercial, rota do livro e ainda um espaço de workshops e ateliers.
João Almeida esclareceu ainda que as suas críticas não foram à iluminação, até porque concordou “expressamente com a redução”.
“Do envolvimento da comunidade e das forças vivas há uma redução brutal daqueles que participaram nas rotundas e participam no mercadinho”, considerou o vereador. “É uma questão de valorizarmos o que temos e nem é preciso inventar muito”, referiu, insistindo que seria possível decorar as rotundas, falando com as diferentes entidades da cidade.
BREVES:
Aquecimentonas escolas
A vereadora Dulce Santos (em substituição de Susana Lamas da coligação ‘A Melhor Cidade do País’) perguntou se era verdade haver escolas sem aquecimento, onde “algumas crianças têm de estar nas aulas de kispo, casacos e gorro porque têm muito frio”.
José Nuno Vieira confirmou que há duas situações onde não há aquecimento ativo, por os equipamentos se encontrarem avariados e sem terem intervenção possível, pelo que será “necessário adquirir equipamentos novos”, o que tem sido “uma grande dificuldade”, tanto no que diz respeito ao fornecimento, mas até mesmo para obtenção de orçamentos.
Informou que, entretanto, já foi obtido o orçamento, apesar de ainda não ser possível estimar quanto tempo demorará o fornecimento.
Fruta escolar e Pequenos Cientistas Sanjoanenses
Dulce Santos questionou ainda sobre o arranque de projetos como a Fruta Escolar e os Pequenos Cientistas Sanjoanenses. “Estamos quase a um mês do término do semestre e do que temos conhecimento estes projetos ainda não arrancaram”, disse.
José Nuno Vieira respondeu que os projetos são para “ter continuidade”, sendo que o primeiro terá ligação com o programa dos lanches saudáveis.
Por sua vez, a vereadora da educação Irene Guimarães acrescentou que as crianças poderão usufruir de um programa “melhorado” relativamente aos Pequenos Cientistas Sanjoanenses, o que está a ser tratado, remetendo para procedimentos concursais. Sobre a fruta escolar corroborou José Nuno Vieira, dizendo que “vai ser integrada” no programa dos lanches, que deverá começar em janeiro do próximo ano.
Oposição critica timing do concurso de exploração da sala dos fornos para passagem de ano
O vereador Tiago Correia criticou o timing do concurso para exploração da sala dos fornos, na Oliva Creative Factory, na passagem de ano, considerando-o “completamente despropositado”.
No seu entender, abrir o concurso a 17 de novembro já é tarde e “mais valia nem ter aberto”, uma vez que nessa altura já foram anunciados e divulgados muitos eventos de passagem de ano. Para a coligação, vai ser difícil recuperar este evento e dar-lhe a “dinâmica que tinha noutros anos”.
José Nuno Vieira justificou o timing com a ocupação do centro de vacinação naquele espaço e “alguma incerteza” quanto à data da desocupação.
No entender do socialista valeu a pena ter tentado, mesmo que a espectativa também não fosse “a maior”. “Não conhecemos o mercado na sua globalidade e poderia existir alguém interessado”, “não se perdeu nada em fazer esta tentativa”, apontou.
PS chumba proposta da coligação para isentar parquímetros até 6 de janeiro
A proposta da coligação ‘A Melhor Cidade do País’, de isenção temporária de parquímetros nas áreas de estacionamento à superfície, foi chumbada, com os votos contra do PS.
A ideia era que a isenção estivesse ativa entre 13 de dezembro e 6 de janeiro, entre as 17h e as 19h e aos sábados, como forma de apoiar o comércio local. Segundo o vereador Tiago Correia foi auscultada a associação comercial e a proposta “assegura a rotatividade”, impedindo que as pessoas deixam o carro no mesmo estacionamento o dia todo.
No entender de José Nuno Vieira, há “mérito pela intenção”, mas a proposta “não assegura a rotatividade”, já que poderia fazer com que quem chegasse à cidade entre esse horário estacionasse num local, ocupando-o até ao dia seguinte de manhã quando voltasse a sair para trabalhar. “O pagamento é mais útil ao comerciante neste momento”, disse, admitindo ir contra o parecer da associação comercial.
Para João Almeida, “não há essa evidência”. O centrista assegurou que todo os fatores ponderados e por isso é que não foi abrangida a hora de almoço, por ser um horário de “enorme pressão em termos de rotatividade”.
Os socialistas mantiveram a sua convicção e chumbaram a proposta.
“A Câmara Municipal não pode dar mais se estiver a receber menos”
O executivo aprovou por unanimidade um subsidio de 26.000€ de apoio ao evento de natal dos serviços sociais do pessoal do município. Foi igualmente aprovado um subsídio de 1.500€ ao Coro de Câmara de S. João da Madeira.
O vereador Tiago Correia quis saber se os valores estão em linha com as expectativas das entidades, sublinhando “a dificuldade” que algumas associações estão a ter face aos custos que suportam.
Reconhecendo a importância das associações, José Nuno Vieira alertou que há um “período de dificuldades” que afeta todos, incluindo a Câmara Municipal. “Já aumentamos os apoios a diversas associações, quando foi possível faze-lo”, recordou.
Sabendo que haverá mais pedidos de apoios no futuro, o vice-presidente considerou que estes deviam estar ligados ao orçamento da câmara, deixando um “desabafo”: “a Câmara Municipal não pode dar mais se estiver a receber menos”, justificou.