A possibilidade foi admitida pelo presidente da câmara, Jorge Sequeira, após ter sido questionado pela Coligação ‘Melhor Cidade do País’ sobre o andamento da obra, que tem causado transtornos aos comerciantes.
O edil reforçou a importância da empreitada para esta “via histórica” da cidade e reiterou que o município tudo fará para que esteja concluída o quanto antes.
Foi um dos temas abordados pela Coligação ‘Melhor Cidade do País’ no período antes da ordem do dia. Susana Lamas lembrou que a obra, apresentada aos comerciantes e dividida em três fases, arrancou no final de junho com um prazo de execução de cinco meses. O problema, denotou, é que a cerca de um mês do fim previsto da obra, esta “ainda nem da primeira fase passou”. “Gostaríamos de saber o que se está a passar com esta rua, deram a palavra aos comerciantes que seria concluída em cinco meses”, constatou, apontando que a obra “vai estender-se para além do Natal”, um período “crítico” para a faturação do comércio local. “Já sofreram com a Covid-19 e agora, face a este mau planeamento, vão sofrer novamente com as obras. Com a falta de estacionamento de proximidade e com as obras a decorrer será certamente um caos para os comerciantes”, lamentou, questionando se a câmara tenciona “compensar estes comerciantes” e se já “houve um pedido de desculpas face a esta falta de palavra e de planeamento”.
Em resposta, o edil começou por realçar a relevância da empreitada, que dará uma nova vida a uma rua histórica da cidade. Jorge Sequeira, que esteve na apresentação do projeto aos comerciantes, assegurou que nunca foi dada a garantia de que a obra terminaria dentro do prazo. “Quando falamos de prazos, colocamos sempre cautelas e caldos de galinha e eu próprio falei dessa questão. Não foi dada a palavra de honra”, rebateu o edil, considerando que a vereadora da coligação utilizou “expressões amargas e fortes”, como se o município tivesse feito “um compromisso tipo samurai” de que o prazo seria cumprido. E continuou. “Foi dito: o prazo é este, o empreiteiro comprometeu-se e vamos fazer tudo para que aconteça, mas todos sabem como estamos em matéria de mão de obra em Portugal, em matéria de obras e em matéria de cadeia de abastecimento. Não vou hoje dizer aqui que a obra vai terminar no prazo contratual, parece-me que há o risco de não terminar, mas ela está precisamente a ser feita por fases para causar o mínimo de impacto possível”, assegurou.
No decurso da obra têm surgido vários imprevistos, apontou o autarca, lembrando que se trata de uma rua que não era intervencionada há muitos anos. “Houve muita renovação de infraestruturas, a mudança do sistema de eletricidade pública e tem sido feito um trabalho de cirurgia muito aturado porque foram descobertas ligações e cabos que não estavam no cadastro”, descreveu Sequeira, situações que têm implicado a tomada “de decisões no terreno quase diariamente que não estavam previstas”. “Se houver uma derrapagem no prazo, iremos pedir a compreensão de todos e o que posso garantir é que junto do empreiteiro a câmara municipal tem feito todas as diligências e toda a pressão para que a obra ande o mais rapidamente possível”, concluiu.