O relatório final da análise das propostas da empreitada de reabilitação de quatro edifícios de habitação coletiva da PSP foi aprovado por unanimidade, uma vez que, “infelizmente”, nenhum empreiteiro apresentou proposta nesse sentido, à semelhança do que aconteceu com a obra da GNR. “Vamos trabalhar para continuar com este projeto”, garantiu o presidente da autarquia sanjoanense, Jorge Vultos Sequeira.
A situação de concursos desertos já não é nova, tendo já afetado os procedimentos do prédio da antiga fábrica Vieira Araújo e do prédio da antiga sede do Sporting. “É um fenómeno que está a acontecer no nosso município e noutros municípios vizinhos, atendendo à escassez de empreiteiros e de mão de obra para o grande volume de trabalho que existe no país, por força do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] e do quadro comunitário 2020”, afirmou Jorge Vultos Sequeira. “Em todo o caso, está em tramitação a obtenção de um empréstimo para reforçar algumas operações, como a do prédio Vieira Araújo, que ainda não relançamos”, informou o edil, acrescentando também que estão previstos, para abertura de propostas, o projeto de reabilitação da rua Oliveira Júnior e da escola do Parrinho. Apesar de o mercado não estar a conseguir responder ao “grande volume de empreitadas” do território sanjoanense, o autarca realçou que já foram dados “passos importantes”. “Adquirimos sete edifícios e temos projetos feitos; grande parte do caminho já está percorrido”, enfatizou.
A coligação ‘A melhor cidade do país’ partilhou a preocupação do executivo inerente à escassez de procura por empreiteiros dos procedimentos lançados em termos públicos, preocupação essa que caracterizou como “evidente” e “generalizada”. “Obrigou o governo no PRR a passar uma parte daquilo que é habitação da componente de financiamento direto para a componente de empréstimos, exatamente porque se se mantivesse na componente de financiamento direto, havia o risco de não se cumprir o prazo e se perder o dinheiro”, exemplificou o vereador João Almeida. “Aqui, uma das maneiras é recorrer ao empréstimo, porque efetivamente o custo será maior do que aquilo inicialmente estimado”, considerou, questionando o executivo sobre qual será a estratégia municipal para o futuro.
O edil avançou que as forças de segurança, tanto da PSP como da GNR, estão informadas do sucedido e adiantou que há a possibilidade, em caso de concurso público sem interessados, de algum empreiteiro querer fazer a obra pelas mesmas condições no quadro legal em que foi lançada. “São tantos os anúncios que há empresas que não conseguem ler nem estudar todos os processos”, observou Jorge Vultos Sequeira. “Depois [caso não haja interessados, as hipóteses são], colocar um novo reforço que teria que ser conjunto ou, pura e simplesmente, se as forças de segurança não nos quiserem acompanhar nesse esforço, comprar a parte que vamos reabilitar às forças de segurança e avançarmos sozinhos”, concluiu.
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