“Não queremos votar contra o investimento”

A proposta de alteração dos projetos de investimento, relativos ao empréstimo bancário municipal de 2,5 milhões de euros aprovado em novembro de 2023, foi aprovada em reunião de Câmara passada, com a abstenção da coligação ‘A melhor cidade do país’. “Para nós, é uma dificuldade ver uma folha A4 e não percebermos o que estamos a aprovar”, explicou o vereador da oposição, Tiago Correia.

Uma vez que a empreitada da Avenida do Brasil foi candidatada a fundos comunitários, estando previsto o seu financiamento, o município pretende utilizar a verba disponível dessa reabilitação para reforçar a verba disponível para a requalificação da Escola Básica do Parrinho e para outros projetos “que se mostram importantes para o desenvolvimento da cidade”. Entre esses projetos, ainda sem financiamento definido, inclui-se a construção de uma bancada coberta no campo de jogos das Travessas, a pavimentação em arruamentos e construção de passeios e a melhoria da eficiência energética no complexo desportivo Paulo Pinto. “Esta matéria coloca-se porque candidatamos a Avenida do Brasil a fundos comunitários”, reforçou o presidente da Câmara Municipal de S. João da Madeira, Jorge Vultos Sequeira, dado que os projetos de investimento terão, ainda, de ser aprovados em Assembleia Municipal.
Perante o documento disponibilizado aos vereadores da coligação ‘A melhor cidade do país’ sobre a alteração desses projetos, Tiago Correia expôs algumas dúvidas, nomeadamente sobre a eficiência energética da piscina do complexo desportivo. “Gostava de saber o que é que vai ser realmente feito. Solicitam-nos uma autorização para alterar a natureza dos investimentos que estão no empréstimo, mas, para nós, é uma dificuldade ver uma folha A4 e não percebermos o que estamos a aprovar”, afirmou o vereador, reforçando que é difícil perceber o significado do montante estimado de cerca de 600 mil euros, relativo à eficiência energética da piscina, assim como a questão dos arruamentos, outro dos projetos descritos. “Por exemplo, não há uma lista de estradas”, acrescentou.
Em relação aos arruamentos, o edil adiantou que as estradas não foram enumeradas para não condicionar o projeto, uma vez que dependem das medições que estão a ser realizadas. No que diz respeito à primeira dúvida da oposição, o vice-presidente José Nuno Vieira esclareceu que a reabilitação que pretendem levar a cabo não é nas piscinas, mas no complexo Paulo Pinto. “É para a componente não elegível desta candidatura que o município está a preparar no âmbito da eficiência energética”, declarou José Nuno Vieira, realçando que o projeto, que já foi elaborado, será discutido numa próxima reunião de Câmara para poder ser candidatado. “Prevê um grande foco na eficiência energética, patente em substituição de equipamentos eletromecânicos, assim como na vertente de fachadas do edifício”, adiantou, acrescentando que, independentemente da utilização que o complexo Paulo Pinto venha a ter no futuro, o edifício necessita de reabilitação, uma vez que “não vai ser demolido”. O edil complementou com a informação de que o montante previsto também prevê a resolução das infiltrações, assim como garantir acessibilidade a pessoas portadoras de deficiência.
Apesar das explicações do executivo, o vereador Tiago Correia voltou a questionar o que é que, “concretamente”, será feito no complexo. “Vão diminuir o pé direito da nave da piscina? Isto, para nós, é fundamental”, apontou, realçando a importância desse fator para uma “visão de futuro” relativa ao pavilhão. O vice-presidente do executivo respondeu que não vai haver uma mudança estrutural no edifício. “Está previsto e pensado, na nave da piscina, a recolocação do teto falso que já existiu e que não foi recolocado”, descreveu José Nuno Vieira. A oposição comentou que irá aguardar pelos projetos que, entretanto, terão de ser aprovados em Assembleia Municipal. “Não queremos votar contra o investimento. Vamos abster-nos porque não queremos passar um cheque em branco”, justificou o vereador Tiago Correia.