Política

“Não podia começar em lado nenhum que não fosse a minha terra”

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Era inevitável começar em S. João da Madeira. No arranque da campanha às eleições internas do PS, Pedro Nuno Santos falou de como a sua identidade se confunde com o ADN da cidade, deixou críticas à direita, lembrou obra feita e apontou desafios.

A campanha à liderança do PS não poderia ter começado noutro local, como o próprio admitiu. Na Casa da Criatividade na passada quarta-feira, 22 de novembro, e com o slogan ‘Portugal Inteiro’, o candidato a secretário-geral do PS contou com casa cheia de militantes de vários pontos do distrito e até de outras regiões. Na terra natal, repetiu parte da fórmula do discurso de apresentação da candidatura no Largo do Rato, realçando as suas raízes. “Não podia começar em lado nenhum que não fosse a minha terra e o meu distrito”, disse, salientando um concelho e uma região “de trabalhadores e de empresários, de gente que quando cai se sabe reerguer, de gente que sabe criar e sabe produzir. Esta terra fez aquilo que sou hoje”.
Depois, Pedro Nuno Santos puxou a fita atrás para sublinhar conquistas dos governos PS, como o aumento do salário mínimo nacional, a política de “contas certas” ou a “criação de mais de 600 mil empregos” desde 2015. Deixou críticas à direita, admitiu que as eleições legislativas surgem num “momento difícil” e reconheceu que há caminho a percorrer para resolver “problemas muito concretos”, como os que se vivem no SNS ou na Educação. Para Pedro Nuno Santos, é preciso aumentar salários - “que não subiram o suficiente”-, mas também promover uma economia mais competitiva, apostando na “ciência, tecnologia e na investigação”, para fixar jovens no país. A ferrovia não passou ao lado do discurso, com uma menção para a Linha do Vouga, que tem ainda um “longo” caminho pela frente. O candidato apontou que o “setor ferroviário está em crescimento” e lembrou o tempo em que Portugal teve a “capacidade de fazer comboios” para referir que “é possível fazer renascer essa indústria”.
Com o lema ‘Portugal Inteiro’, o socialista apontou a mira às desigualdades e lembrou operários, mulheres, trabalhadores, os que mais precisam e os que deles cuidam para reforçar que “todos os portugueses merecem respeito e reconhecimento” e que lidera um projeto que “não deixa ninguém para depois”. “Temos que conseguir ser um Portugal inteiro, um Portugal que não discrimina, que não é só Lisboa, um Portugal que é também S. João da Madeira, que é também Arouca, que é também o interior, um Portugal Inteiro”, afirmou.
Com os olhos nas eleições de 10 de março, Pedro Nuno Santos tem, antes disso, de vencer as internas do PS - onde concorrem também José Luís Carneiro e Daniel Adrião - agendadas para 15 e 16 de dezembro. Em Aveiro, onde encabeçou a lista do PS nas últimas legislativas, conta com o apoio esmagador das estruturas. Tem o aval de 15 dos 16 presidentes de concelhias, além do apoio dos presidentes da Federação da JS e da Estrutura Federativa das Mulheres Socialistas e dos oito deputados do PS eleitos pelo círculo eleitoral de Aveiro.

Poderá ter acesso à versão integral deste artigo na edição impressa n.º 3964, de 30 de novembro ou no formato digital, subscrevendo a assinatura em https://oregional.pt/assinaturas/
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