Durante o encontro, realizado na passada sexta-feira, 9 de maio, Luís Fazenda, cabeça de lista do Bloco de Esquerda, ouviu várias queixas por parte dos representantes sindicais, que denunciaram os baixos salários praticados no setor, a ausência de progressão salarial e o valor “residual” do subsídio de alimentação, que “já nem dá para um lanche, quanto mais para um almoço”.
A questão da instabilidade laboral foi outro ponto sensível da reunião. O Sindicato dos Trabalhadores do Calçado revelou que, nos últimos tempos, têm-se verificado diversos encerramentos de empresas e despedimentos, o que agrava a situação de insegurança entre os trabalhadores. Acresce a isso a substituição progressiva de contratos efetivos por vínculos precários e rotativos, que enfraquecem a proteção social e a perspetiva de futuro para quem trabalha no setor.
Em resposta, Luís Fazenda destacou que esta é uma realidade que tem de ser combatida com medidas políticas concretas e compromissos firmes no Parlamento. “O trabalho tem de ser central nesta campanha e tem de ser central na atuação parlamentar. Não basta falar da valorização do trabalho. O Bloco de Esquerda defende a fixação, por lei, de um subsídio de alimentação no valor de 10 euros por dia, um novo regime que majore os salários de quem trabalha por turnos e um combate efetivo à precariedade”, afirmou o candidato bloquista.
O membro do Bloco de Esquerda reforçou ainda que “não podemos aceitar que, num país onde o custo de vida continua a subir, haja pessoas a trabalhar a tempo inteiro e a não conseguir pagar a renda ou fazer as compras do supermercado. E essa realidade só muda com aumentos salariais reais, com contratos estáveis e com regras que protejam quem vive do seu trabalho”.
A reunião no município insere-se num périplo que a candidatura bloquista tem feito por todo o país, com o objetivo de ouvir os trabalhadores e apresentar propostas centradas na melhoria das suas condições de vida. Nesta campanha, o partido tem insistido também noutras bandeiras como a regulação dos preços da habitação, a redução dos horários de trabalho e a revogação de normas laborais que favorecem a precariedade.
“Temos de devolver dignidade ao trabalho. E isso faz-se com coragem política, com leis que defendam quem trabalha e com políticas que obriguem à distribuição justa da riqueza criada. O calçado é apenas um exemplo entre muitos, mas é um setor onde essa urgência é evidente”, concluiu Luís Fazenda.