Política

Assembleia repudia agressões a jornalistas e trabalhadores

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Eva Braga (BE) foi a primeira a apresentar um voto de repúdio “contra as agressões a jornalistas e trabalhadores perpetradas por um empresário” a 25 de janeiro, durante um protesto de dezenas de trabalhadores da empresa RAP onde “exigiam a emissão da declaração da situação de desemprego”. “Foi nesse momento que um empresário vindo da empresa se dirige ao protesto, agride e ameaça uma equipa de reportagem, assim como outras pessoas presentes no protesto, sindicalistas e trabalhadores. Sabe-se que não é a primeira vez que tal empresário recorre à violência. Mais uma razão para que tal situação não passe em claro”, descreveu a deputada, afirmando que o setor do calçado “já viveu inúmeras situações deste e de outro género”, como “trabalho infantil, trabalho não declarado, assédio moral e sexual, violência, agressões contra sindicalistas”. Eva Braga instou a assembleia a “manifestar a sua solidariedade para com trabalhadores, jornalistas e sindicato do calçado”.
Leonardo Martins (PS) também apresentou um voto de protesto, “mas em termos distintos” do BE, considerando “absolutamente inaceitáveis as agressões de que foi alvo a equipa de reportagem do Porto Canal”. O PS repudiou “veementemente as agressões e solidariza-se com os jornalistas agredidos e os trabalhadores”, por entender “que ficar calado seria estar conivente com a gravidade dos acontecimentos”. “No ano em que celebram os 50 anos do 25 de Abril, a agressão a jornalistas só pode ser interpretada como antidemocrática e anticonstitucional”, frisou o socialista, considerando que “este é um episódio muito triste que mancha o bom nome de uma cidade que nasceu precisamente da simbiose entre empresários e trabalhadores com histórico de luta por melhores condições de trabalho”.
Gonçalo Fernandes, da Coligação Melhor Cidade do País, apelou a que PS e BE encontrassem “um texto conjunto” para não ter de “chumbar um voto e aprovar outro”, deixando claro que não se sentia “confortável” em votar favoravelmente a proposta do BE, que considerou ser “um voto difamatório”. Rita Mendes (CDU) interveio para frisar que não foram apenas jornalistas e trabalhadores alvo de agressões. Uma “das pessoas agredidas é um militante do PCP”, que se encontrava “presente numa delegação do partido em solidariedade com os trabalhadores”. A presidente da assembleia, Clara Reis, propôs a conciliação das duas propostas, mas sem sucesso. Acabaram por ser votadas separadamente, com a proposta do PS a ser aprovada por unanimidade e a do BE a ser chumbada pelo PS e pela Coligação A Melhor Cidade do País.

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