Política

‘A Melhor Cidade do País’ e BE contra o Orçamento de 2023

• Favoritos: 71


O orçamento municipal e grandes opções do plano para 2023 foi aprovado na Assembleia Municipal da semana passada, com os votos favoráveis apenas do PS e a abstenção da CDU. A coligação ‘A Melhor Cidade do Pais' e BE votaram contra

À semelhança do que tem acontecido nos últimos anos, a discussão sobre o orçamento municipal para o ano seguinte prolongou-se e, assim sendo, nem todos os pontos agendados foram discutidos, tendo a Assembleia Municipal da passada quinta-feira (dia 15) sido alargada para uma sessão a decorrer nesta quinta-feira à noite (dia 22), em que serão discutidos os pontos em falta.
O orçamento ainda não incorpora nenhuma receita do Portugal 2030, que está a ser ultimado entre a República Portuguesa e a União Europeia, como explicou o Presidente da Câmara, Jorge Sequeira, mas, “seguramente” que o município terá acesso a verbas desse fundo.
Tal como já tinha dito em reunião de Câmara, o autarca sublinhou que se trata de um orçamento “muito marcado” por crescimentos na despesa em termos de energia e pessoal, devendo-se este último “sobretudo ao aumento das remunerações dos funcionários públicos”.
“Gostaríamos de ver mais investimento, mas também a perspetiva de uma boa taxa de execução”, apontou a CDU, não encontrando motivos, contudo, para votar contra o orçamento e grandes opções do plano para 2023.
O BE falou da “inflação” e “especulação das gasolineiras e supermercados” e de “como a ganância está a condenar as pessoas à pobreza”. Levantou questões quanto aos preços da habitação, considerando que S. João da Madeira vive “uma crise habitacional gravíssima”. A deputada Eva Braga considera que os apoios no contexto de crise não são suficientes e que estes deveriam ter sido aumentados nas diversas áreas, desde a educação, saúde mental, à cultura, sem-abrigo e programas de bem-estar animal. Assim, esta força votou contra por considerar que o orçamento não ajuda as pessoas a enfrentar a crise que se vive e que “intensifica o empobrecimento”.
Da parte da coligação ‘A Melhor Cidade do País’, Gonçalo Fernandes criticou que “3/4 [são] verbas destinadas ao normal funcionamento do município, restando apenas ¼ para investimento” e lembrou as propostas feitas pela coligação, entre as quais um gabinete de apoio a famílias sobre-endividadas e o regresso do Tecnet. “S. João da Madeira está estagnado, anestesiado, a andar para trás e a empobrecer”, apontou o social democrata. Mo seu entender, ou se coloca “a cidade novamente na rota do desenvolvimento e a gerar receita” ou no próximo ano os socialistas continuarão “a prometer para o futuro aquilo que no passado prometeram para o presente”.
Por sua vez, os socialistas destacaram, entre outros aspetos, os apoios na ação social (apoio ao arrendamento, bolsas de estudo, reforço da teleassistência domiciliária), na habitação (Estratégia Local), na educação (Escola Aberta, Assembleia Municipal Jovem, intervenções em edifícios) e na transição energética (iluminação led, redução de perdas de água). Destacando o “rigor das contas” e a “estabilidade fiscal”, Leonardo Martins respondeu ainda ao BE, dizendo que “não há memória de um investimento tão grande em ação social em S. João da Madeira como o que está previsto para 2023”.
Já o Presidente Jorge Sequeira refutou as críticas do BE e d’A Melhor Cidade do País’. “Há um desfasamento crónico, agudo, intenso, radical, entre o PSD e os sanjoanenses, isso é muito claro e o resultado das eleições fala por si”, atirou ainda, completando que “era mais útil ao processo democrático que essa dissonância tao profunda fosse superada”.
“Temos de gerar mais receita e não são os deputados municipais da coligação ‘A Melhor Cidade do País’, que não são Presidente da Câmara, apenas deputados, que têm de lhe dizer o que fazer”, respondeu Gonçalo Fernandes numa segunda intervenção, lembrando que Sequeira perdeu “votos e um vereador” nas autárquicas.

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