É filho da terra e candidato a primeiro-ministro. Em entrevista, Pedro Nuno Santos, atual secretário-geral do PS, desvaloriza a vandalização de cartazes com a sua figura na cidade e põe os olhos no seu concelho natal e no distrito de Aveiro.
Jornal ´O Regional´–Aquando da apresentação das listas, chegou a afirmar que “nunca trocaria” o seu distrito por outro. O que está determinado a fazer pelo distrito de Aveiro em geral e pelo seu concelho natal – S. João da Madeira – em particular?
Pedro Nuno Santos - Travar a erosão costeira é uma das nossas prioridades para a região, desde logo nas praias do Furadouro, Cortegaça ou São Pedro de Maceda. Ao nível das infraestruturas, queremos melhorar as respostas para os movimentos pendulares mais utilizados pela população, seja para Aveiro, para o Porto, para Coimbra e também entre diferentes centros urbanos. A Linha do Vouga já tem recebido obras de manutenção em vários troços, mas somos mais ambiciosos. O que pretendemos é uma profunda requalificação da ferrovia, com alterações de locais de paragens, aproximando-as dos novos centros urbanos, alguns alinhamentos de traçado que permitam aumentar a velocidade e criar um interface com a Linha do Norte, em Espinho. E, em diálogo com as autarquias, estudar a sua extensão a sul à Universidade de Aveiro e a Ílhavo. Pela primeira vez, este investimento tem financiamento garantido, pelo que temos de acelerar a sua execução para permitir que a ferrovia cumpra a sua função: transportar pessoas.
Nas últimas semanas foram vandalizados cartazes com a figura de Pedro Nuno Santos em S. João da Madeira. Sente que é uma pessoa querida na terra?
Esse tipo de situações são, infelizmente, recorrentes durante as campanhas e afetam diversos partidos e, como tal, não faço qualquer ligação entre uma coisa e outra.
Fez o seu percurso político no distrito de Aveiro e já foi por três vezes cabeça de lista do PS às legislativas por este distrito. Que evoluções tem observado, nos últimos anos, nesta região que permitam diferenciar-se das restantes regiões do país e se traduzam em valor acrescentado?
O distrito de Aveiro, pela sua dimensão e abrangência regional, tem vários desafios. A erosão costeira merece-nos especial preocupação e temos de assumir este como um desígnio nacional, em defesa do ecossistema e das populações. Só com um reforço das infraestruturas, dos serviços públicos é que conseguiremos alcançar um país descentralizado, mais coeso, onde viver no interior ou no litoral seja igual em oportunidades e em serviços do Estado. Só assim conseguiremos aproveitar o potencial do distrito. Para criar mais valor acrescentado, as infraestruturas são essenciais. Por isso, dedicamos energia para o dossiê do eixo rodoviário Aveiro-Águeda, que já tem garantia de financiamento, bem como a ligação do IC35 à A25, uma ambição de Sever do Vouga que tem mais de 30 anos. Enquanto Ministro das Infraestruturas dei o meu contributo para desenlaçar este nó e já demos os primeiros passos com a calendarização de procedimentos para a construção. Estou convicto que esta obra contribuirá para o desenvolvimento da indústria metalomecânica e metalúrgica, instalada neste concelho, ao facilitar as ligações ao Porto de Aveiro e a Vilar Formoso, criando assim mais postos de trabalho e mais riqueza para o país. Também já encontrámos financiamento necessário para concretizarmos dois desígnios há muitos anos ambicionados por Castelo de Paiva, seja o IC35, seja a variante à Nacional 222, que nos ligará à A32. Um Portugal Inteiro é um país coeso, um país descentralizado.
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