As prorrogações de obras na cidade, e o facto de algumas estarem a cargo do mesmo empreiteiro preocupam a Coligação Melhor Cidade do País, que lamenta o “prejuízo enorme” para os cidadãos.
O pedido de prorrogação da obra da operação Malmequer, inserida no Programa de Apoio às Comunidades Desfavorecidas, despoletou discussão na última reunião camarária. O vice-presidente do município começou por explicar que está em causa a prorrogação do prazo da obra que decorre no Poder Local, e que até já tinha sido debatida em reuniões de câmara anteriores, já que teve de ser “feita e refeita”. José Nuno Vieira esclareceu que o pedido de alargamento do prazo, segundo o empreiteiro, se prende com “longos períodos de chuva”, “atrasos no fornecimento do parque infantil, na entrega de luminárias, entre outros”.
O vereador da Coligação Melhor Cidade do País, Tiago Correia, apontou que o problema não são os longos períodos de chuva - “até porque a obra começou muito antes”-, mas sim o facto de o empreiteiro ser “o mesmo que o de outras empreitadas”. “Sabemos o que é que vai acontecer. Entretanto vem aqui uma prorrogação do prazo das outras empreitadas onde ele está e portanto isto é um problema em cadeia”, denunciou Tiago Correia, que considera que a situação “põe também em causa a questão da concorrência”. “Estamos a dar prazos de 240 dias, 180 dias e depois estamos a prorrogar com o dobro do tempo”, lamentou. “Há um prejuízo enorme para as pessoas que vivem naquela zona, sobretudo com estacionamento, constrangimentos de toda a ordem e depois também não percebem esta questão de “fazer e desfazer” por mais que tentemos explicar e por mais que sejam válidas as razões”, continuou. Tiago Correia considerou que é importante, em próximos concursos, ter estas questões em conta. Caso contrário, a cidade “é um estaleiro. As obras começam e nunca mais acabam”, disse.
O vereador deu ainda o exemplo da obra na rua Oliveira Júnior, que se estimava terminar a 26 de novembro. Continua no terreno e, segundo informações dadas por pessoas que contactaram a autarquia sobre o assunto, prevê-se conclusão em junho. “Como está a decorrer eu também acredito que termina em junho e não antes”, declarou. A Coligação PSD/CDS afirmou que “não vale a pena dizer que a cidade é um estaleiro” quando “é um estaleiro porque as obras não terminam”. Tiago Correia invocou “estradas cortadas” e “caos” para descrever “o que tem acontecido na cidade”.
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