Visitas, quase sempre têm horário. Refiro-me, não àquelas visitas de espaços, mesmo essas têm horários de abertura e fecho, mas mais às visitas do foro pessoal, familiares, amigos, etc.
Naturalmente, que as visitas de hoje em dia perderam a sua espontaneadade. Ninguém aparece de surpresa, mesmo entre familiares. Se pretendo visitar alguém à que telefonar primeiro, para termos a certeza que não vamos incomodar. Acreditem, que esta situação não se deve só aos tempos que estamos passando, já era assim antes desta pandemia que a todos afeta.
Pela minha parte, continuo a surpreender a minha mãe e os meus irmãos. “Olhem, quem está aqui!!!” Fico feliz quando ouço esta frase... e é sempre uma alegria partilhada! Agora, está muito em voga a visita através da videochamada... só espero que não seja eternamente, e que, a visita presencial venha a triunfar!
A prova de que a visita presencial é insubstituível aconteceu um dia destes... comigo e com a Lídia. Fomos visitar um casal fantástico, com uma história de vida maravilhosa, um exemplo que todos gostaríamos de seguir. Todos os adjetivos serão poucos para definir este casal que tem toda a minha admiração: a Dª Geninha e o Sr. Rui Negrão. Quando lá chegamos, estávam os dois a apanhar um pouco de sol, a simpatia com que nos receberam e as palavras que a Dª Geninha exclamou: “Olha a Lidita!” Aquelas palavras foram o abraço possível nos tempos que correm. O Sr. Rui logo nos ofereceu o café e logo foi dizendo “noutra altura, íamos à adega, abria-se uma garrafa e petiscava-se qualquer coisa!” Seguiu-se uma conversa franca e bem humorada, aquele humor que só as pessoas puras têm.
Sr. Rui, Dª Geninha, esta foi uma visita que eu e a Lídia não vamos esquecer!
Obrigada pela vossa amizade! E vou acrescentar, com conhecimento de causa, que sei de pessoas que têm por vocês uma forma venerável de vos admirarem. Esperamos continuar a visitar-vos durante muitos e bons anos!
Agora um aparte, e por falar em visitas, a Igreja Católica brinda-nos todos os anos com uma visita presencial, a visita pascal, apesar de neste período não ter sido possível... Já os políticos só se lembram dos seus munícipes de quatro em quatro anos.
Também, quero, aqui, expressar a minha homenagem à minha sogra Rosalina, que há um ano nos deixou... E, que desde essa data, eu e a Lídia, somos visitas do cemitério de Milheirós, onde colocamos uma vela em memória dos saudosos António, tio da Lídia, e da Rosalina... São momentos propícios à reflexão...
Quanto a nós, amigos leitores, não deixem de se surpreender uns aos outros com visitas que não estão programadas. Uma visita de surpresa será sempre um desafio à amizade!
Na música, façam uma visita a uma voz fabulosa: Youn Sun Nah. Nos livros, “M*rdas que o meu pai diz”, de Justin Halpern.
Parece que nos estamos a safar bem... mas todos os cuidados são poucos!