Thomas More viu o seu livro “Utopia” ser publicado em 1516. Utopia é uma palavra usada frequentemente para designar uma sociedade ideal, no entanto de existência impossível.
Quando olho para trás revejo-me com um grupo de amigos fabulosos que fizemos com que a palavra utopia não fosse tão redutora. Na época, quando criamos o “Adeus ao Verão”, e que no início nos poderia parecer utópico, não o foi... Foi sim um dia maravilhoso, todo realizado com a prata da casa. Nem calculam o esforço que foi necessário para convencermos quem manda a autorizar que um piano fosse até à praça. No desporto homenageamos os melhores desse ano, desde os treinadores, atletas, enfim!. A manhã começou com uma corrida pedestre à qual demos o nome de “Volta ao quarteirão”, que não foi mais que uma volta a S. João da Madeira. Nas artes, reunimos um grupo de pintores sanjoanenses, que nas arcadas do edifício da Parque América realizaram a pintura de dois painéis coletivos. Na música, os concertos começaram às duas da tarde e foram até às duas da manhã.
Escusado será escrever sobre a nossa felicidade... A nossa imaginação não tinha limites... projetávamos para o ano seguinte uma feira franca de calçado, um festival de blues... Queríamos que fosse mesmo um Adeus ao Verão!!! Que as pessoas se divertissem, que só fossem felizes sem que as obrigassem a ser. Às tantas tivemos todos uma boa dose de utopia.


Infelizmente ou não as minhas utopias não acabam por aqui... e para que conste e para memória futura aqui vão mais duas: já imaginaram o que seria S. João da Madeira, Oliveira de Azeméis, Santa Maria da Feira, Ovar, Vale de Cambra e Arouca uma só cidade! Pena é os becos que as unem... A outra é cá para o burgo. Já imaginaram o que seriam as nossas crianças de escola básica escolherem a modalidade desportiva que gostassem... e terem a oportunidade de em horário escolar a praticar com técnicos específicos. Assim sim, é que seriam umas A.E.C.´s de qualidade com técnicos de qualidade. Como não seria e estaria o nosso desporto?
Fomos percussores dos primeiros campos de férias. Outros se seguiram... infelizmente nunca conseguiram apanhar a essência. Organizamos o Memorial ao grande atleta do basquetebol sanjoanense Cassiano Inácio. A ideia era para que todos os anos se repetisse e crescesse para um torneio nacional de basquetebol para veteranos. Forças contrárias derrubaram-nos, vá-se lá saber porquê...
Todos nós desejamos uma sociedade mais equilibrada, onde haja espaço para todas as nossas ideias, sem atropelos, invejas, pardais e outros que tais... Também há lugar para brincarmos!
Na música, quem se lembra dos Uriah Heep.
Nos livros, “Como salvar a minha reforma”, de David Almas e Joaquim Madrinha.
Já se deslumbram as luzes!