Opinião

Uma cidade (quase) tecnológica

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Os avanços tecnológicos são uma realidade que não podemos ignorar. O mundo contemporâneo vive de tecnologia e para a tecnologia. O presente e o futuro não podem fugir desta realidade. Assim como não se pode fugir da necessidade de sermos mais sustentáveis.
Aliar o que de melhor fomos contruindo como sociedade até aqui – o convívio saudável, o olhar nos olhos dos outros, a solidariedade, entre outras coisas – com o que o presente e o futuro exigem – o recurso a meios tecnológicos para facilitar diferentes áreas da vida – não é tarefa fácil, mas é possível.
Em São João da Madeira quando pensamos em tecnologia, julgo que concordarão comigo, o centro empresarial Sanjotec é o que vem à mente. Composto por dois edifícios, onde estão instaladas diversas empresas cuja ligação entre elas é o foco tecnológico, a sua magnitude chama a atenção. Apesar do seu potencial para fazer deste centro um exemplo a nível nacional – perpetuando assim o legado de São João da Madeira enquanto cidade de trabalho –, isso não acontece. Talvez pelo abandono político, ou falta de pessoal, certo é que poderíamos ter neste centro empresarial um crescimento e apoio mútuo das empresas que lá se estabelecem. É normal umas empresas crescerem mais do que outras, e cabem a elas a responsabilidade de se expandir. Mas estando e pagando para estar num centro tecnológico, não seria expectável terem um acompanhamento técnico e a divulgação por quem dirige e coordena o centro tecnológico? Não será obrigação por quem de direito colocar este nome “Sanjotec” na boca das outras cidades que pretende evolução tecnológica?
Aliado a este potencial que não passa disso (sem ignorar um ou outro evento que lá acontece, como a Tecnet byte), também não abona a favor a falta de sustentabilidade dos edifícios. Não podemos deixar de mencionar que a tecnologia deve e tem de andar de mãos dadas com a sustentabilidade. Tornar os edifícios da Sanjotec sustentáveis deve ser um objetivo.
A verdade é que, embora se tenha como meta, São João da Madeira não é uma cidade sustentável nem tecnológica. Há outras cidades no país que estão muito à frente neste campo. São João da Madeira não faz parte das Cidades Inteligentes – da Associação Nacional dos Municípios Portugueses. No campo da sustentabilidade podemos tomar como exemplo a cidade de Bragança onde, entre as muitas medidas implementadas, a sua frota municipal é composta, em mais de 50% dos veículos de manutenção urbana, por veículos elétricos. Realidade longínqua daquela que vivemos aqui. No que respeita a uma cidade tecnológica poderíamos estar muito mais avançados. A simples criação de uma app que facilitasse, pelo menos nos processos mais simples, o acesso aos serviços municipais e camarários já seria um começo – este é apenas um exemplo de como facilmente poderíamos ter uma cidade mais desperta para esta realidade.
Muitas formas há de evoluirmos em muitos campos em São João da Madeira. O caminho é a evolução, e o melhor é começarmos hoje.

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