Existem hábitos que não se alteram.
Ler um livro em papel é um desses exemplos. Apesar das alterações tecnológicas, a preferência da leitura em folhas encadernadas, o contacto físico com o papel e o folhear das páginas são ações que permitem a sua distinção da leitura através de um monitor.
O livro resistiu aos tempos. O tipo de letra da impressão alterou-se, as capas ficaram mais apelativas e as vendas melhoraram.
A era digital transformou e aniquilou uma série de preferências dos consumidores. No entanto, antigos produtos são resgatados.
A edição de música em vinil continua a ser a eleita para melómanos, que optam pela audição em registo clássico em detrimento das novas plataformas digitais, por estas eliminarem timbres de sons.
O mesmo acontece com a fotografia com revelação. Por incrível que pareça, começam a surgir indicadores que apontam para a sua recuperação.
Neste capítulo de produtos de outras eras, o hábito de leitura de jornais, em papel, que nunca se perdeu, é um símbolo de resistência à mudança dos tempos. Apesar do acesso fácil a plataformas digitais de notícias, quem procura informação prefere um momento de sossego com a leitura de jornais.
A sequência do caderno, a sua sucessão de páginas com notícias, com entrevistas, com reportagens, com outras informações, com passatempos, transforma a leitura em prazer, nos momentos de lazer.
Os jornais nacionais vivem com dificuldades, é certo. Contudo, são um importante meio de transmissão de notícias verdadeiras. De informações verificadas, apesar de todo o tipo de tratamento que podem posteriormente ser sujeitas.
Por seu lado, os jornais locais transmitem informações de proximidade ao leitor e como têm um modelo de negócio baseado nesse aspeto, têm maior preferência e proliferam no país. Os diários publicados em Braga, Aveiro, Viseu, Coimbra e Leiria provam isso mesmo. Noutras localidades, com outros recursos, a edição semanal é prova da vontade das diversas populações em ler notícias das terras em que habitam. Não esquecendo em todo este contexto, a vantagem para as várias diásporas, da edição online ou o envio da edição digital por correio eletrónico. Um migrante pode estar informado sobre as notícias da localidade de sua naturalidade e com isso, não ser surpreendido com factos inesperados quando regressa para disfrutar de uns dias de férias.
Em dia de aniversário de O Regional é importante vincar o papel da imprensa nas várias comunidades, sobretudo, quando a preocupação editorial é não esquecer ninguém, contribuindo para a integração de todos na sociedade local.
Uma das tradições dos jornais nos últimos dias do ano, princípios de novo, é apresentar balanços, destacar factos do ano que termina e fazer uma previsão para o ano que vai iniciar-se.
Como me resta pouco espaço, por ter decidido fazer um apelo à continuidade da leitura de jornais, vou fazer uma análise rápida, evitando a toada de balanço, por em setembro ter escrito sobre o assunto.
De 2023, das várias medidas anunciadas pelo executivo municipal, o destaque positivo recai sobre o lançamento de obras para reabilitação de edifícios, para reconversão em habitação. Contudo, uma nota para ressalvar que a medida peca por não resolver o problema das habitações devolutas, que continuarão a ser muitas, o que pouco vai mudar na oferta ao mercado de arrendamento. No lado dos aspetos negativos, a concretização de um empréstimo tão avultado para resolver o pavimento da Rua do Brasil. O valor é o mesmo que foi rejeitado há dez anos para concretização de uma nova piscina municipal, que após estes anos todos, continua sem ser construída e que faz efetivamente falta a todos.
Um facto surgido no final do ano de 2023 e que poderá alterar o panorama político do município, é a recente eleição a secretário geral do Partido Socialista de Pedro Nuno Santos. A dúvida que permanece após todo o destaque consagrado a São João da Madeira, com início de campanha e apreciação de resultados, antes do encerramento das eleições diretas do referido cargo, é saber se haverá alguma mudança no executivo municipal, fruto de um possível convite de um dos seus membros para integração da lista distrital, em lugar elegível. As conjeturas estendem-se a possíveis hipóteses de vitória eleitoral do mesmo partido e a extensão do convite para membro do futuro governo.
Até dia 10 de março, outras suposições surgirão.
Com ou sem convite, todas as atenções no próximo trimestre estarão centradas no desfecho destas eleições, que por terem um conterrâneo candidato a primeiro ministro, despertarão um interesse redobrado nos habitantes de São João da Madeira.
Votos de um bom 2024.