Opinião

Túnel de plástico

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A colocação da pista de gelo sintético na Praça Luís Ribeiro, com uma cobertura, é o divertimento diferenciador para a época de Natal em São João da Madeira.
A solução é interessante e a estrutura montada surpreende pela grandiosidade.
A conservação do frio, necessário para manter a pista, fica assegurado e além disso em caso de pluviosidade, tão característica do mês de dezembro, o acesso à zona de lazer não fica condicionado, o que pode ser uma vantagem face à previsão meteorológica para os próximos dias.
A cobertura amovível foi sempre uma reivindicação dos agentes desportivos, para a piscina exterior do Complexo Desportivo das Corgas.
Uma solução que permitiria utilizar-se o equipamento durante os nove meses, correspondentes às estações no ano mais frias e chuvosas.
Na época em que a piscina municipal foi construída, existia uma solução semelhante num clube portuense e ao longo destes anos, foram vários os equipamentos de ar livre que receberem adaptações semelhantes, permitindo o aproveitamento da infraestrutura durante todo o ano.
É claro que, a partir do momento em que foi anunciada a construção de uma nova piscina e parte do seu financiamento foi garantido, a reivindicação caiu por terra e a expectativa passou para a nova obra.
Como é do conhecimento generalizado, entre 2014 e 2015, a construção da nova piscina provocou um debate aceso entre agentes políticos, criando cisões partidárias e teve como consequência o não investimento municipal, pela perda de fundos comunitários.
As notícias mais recentes, sobre este assunto, apontam para uma nova solução idealizada pelo arquiteto Souto Moura, autor do projeto original, que quando questionado sobre o não arranque da empreitada, aponta a responsabilidade para a autarquia. Por seu lado, a edilidade de São João da Madeira defende-se, argumentando não estar garantido o financiamento, pelo que, não pode principiar os trabalhos.
Entretanto passaram oito anos e o equipamento estival continua fechado durante os meses frios.
É certo que existiram obras para reparar as fugas de água e, portanto, a piscina exterior, apesar ter estado encerrada nos últimos verões, não está abandonada e com o impasse entre o projeto, o financiamento e o inicio da empreitada, seria este equipamento desportivo uma ótima solução para aumentar a oferta de aulas de natação, aulas de atividades em meio aquático, número de pistas para regime livre e outras atividades de lazer. Obviamente, com uma cobertura adequada, tal como se está a utilizar para a pista de gelo, acima referida.
Um túnel de plástico que permitiria manter o ambiente à temperatura desejada e com certeza, sem desperdício da água quente.
Poderia ser uma solução provisória, apenas pelo número de anos necessários até à execução do projeto do arquiteto Eduardo Souto Moura, mas que permitiria aferir a procura da população e sobretudo encontrar uma resolução para este problema criado no passado.
Entre episódios de lazer e bem-estar geral da população, a balança deveria pender para o segundo prato.
Infelizmente a prática não é sempre essa.
Os agentes desportivos ligados a atividades aquáticas são agora em maior número, fruto das duas equipas de Natação, com vários atletas e escalões de idade, mais uma equipa de triatlo e não esquecendo, as atividades subaquáticas.
Coma maior oferta, proporcionada pela adaptação da piscina, melhorando-se horários de treino, tudo seria diferente em termos desportivos, além de permitir elevar o nível dos jovens atletas que defendem as cores de cada clube, ou secção desportiva.
É caso para perguntar, por quanto tempo o futuro destes jovens atletas continuará a ficar hipotecado?

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