Alguns anos atrás, desloquei-me até Lisboa para participar num “Clinic” com um conceituado treinador de natação, norte americano. Vinha-nos falar da importância da tridimensionalidade na natação. Honestamente, por muito que me esforce, não consigo lembrar-me do nome do treinador. Mas ainda tenho bem presente como ele nos apresentou a ideia da tridimensionalidade. Começou por nos dizer que, aquando da sua chegada a Lisboa, reparou numa jovem garota que lhe pareceu bonita quando a olhou de frente. No entanto, para que a sua avaliação fosse correta, teria de a observar de lado e também de trás e assim a sua avaliação ficaria completa.
Neste tempo, estes clinics ainda não valiam como créditos para a nossa profissão. E aqui uma forte lamentação da minha parte pela existência de uns senhores em Lisboa, cujo “trabalho” deles é desvalorizar aquilo que lhes antecedeu... Se queres trabalhar, o teu saber e sabedoria não vale nada se não desembolsares dinheiro para obteres uns créditos duvidosos, de alguém com saber e experiência menor que a tua... Bem, desculpem mais este desabafo! E já agora um conselho, se me permitem, quando avaliarem algo ou alguém não se esqueçam de usar a tridimensionalidade, isto é, o todo e não apenas uma das partes. Assim, a avaliação será mais completa ...
Na música, Bill Evans, “Best Songs”.
Nos livros, um regresso aos clássicos com “O discurso do método”, de Descartes.
Fiquem bem!