Seria normal termos mais sonhos do que pesadelos. Por vezes, ao longo das nossas vidas tornamo-nos sonhadores. É sempre uma “arma” para fugirmos de realidades, diria mais dificuldades, que no dia-a-dia nos vão aparecendo. E como lá dizia o poeta “ o sonho comanda a vida”. Até pode ser verdade, mas quando há fome, quando não há saúde, quando não há habitação, quando não há educação...
Quando somos confrontados com pandemias, com guerras que servem de desculpa para os pesadelos que nos vão aparecendo todos os dias. Com todos os preços, sem exceção, a aumentarem valha-nos a esmola que o governo nos vai oferecer, mas para isso há uma pequena burocracia a tratar. Valha-nos o cartão de pobre que o município nos oferece.
Somos mesmo um país de brandos costumes. Dizemos amém a tudo que nos vão fazendo... De tanto sonharmos já não sabemos como é a revolta. Fico feliz quando vejo jovens com tentativas de bater o pé e os acordam a meio dos seus sonhos.
Para ficarmos mais baratos vem as vacinas em dose dupla. Não há tempo para um sorriso, ponha gelo e tome Ben-u-ron se for caso disso. Era o 39º, venha o quarenta. Espera meia hora aí fora e já lhe servem um chazinho e umas bolachinhas. Ah! Ah!
Valha-nos os especialistas que conseguem pintar este mundo de cor de rosa e até nos ensinam como devemos sonhar. Continuo a pensar que rir, mas rir com boas gargalhadas ainda é o melhor remédio!!!
Ouvir música ou ler também nos ajuda a sonhar!
Na música, Neil Young.
Nos livros, “Sonetos de Bocage – apresentação de Hernâni Cidade”.
Sonhem, enquanto ainda podem sonhar!