2021… será sempre um ano de excepção. Aliás, já 2020 o teria sido. Tudo, ou quase tudo… em matéria de previsão neste ano, seria sempre o “retomar” ou se quisermos, o refazer daquilo que de algum modo, programado para 2020, seria e será em princípio realizado neste ano de 2021 assim a pandemia no-lo permita. Desde logo ano Olímpico, que significa a realização de Tóquio 2020. Finalmente... (Tal como, “Euro 2020” no que toca ao Futebol).
Mas este 2021 com um arranque fastidioso… também significará como que, o ano da assunção dos velhos equívocos quanto a ideias e imaginação, dos que nos governam, e muito em particular do executivo municipal. Do ponto de vista Desporto e Juventude – na opção fácil pela interrupção de tudo o que mexe pura e simples; na alienação de fundamentos necessariamente credíveis que justificam as decisões; no lançamento prematuro de projectos de novos equipamentos no timing ao modo “porque sim” (exemplo de courts de ténis nas Travessas sem qualquer consulta aos técnicos da modalidade (AEJ…); na confirmação do embuste que resulta da discriminação do género – Contratos Programa; no tratamento discriminado (desigual) da edilidade com as instituições desportivas… Em suma, o lado opaco sem sentido, sem ideia renovada, sem rumo nem futuro desse mesmo executivo que do ponto de vista estritamente desportivo em nada contribui para a sua promoção e prestígio de modo a orgulhar desportistas e cidadãos.
Razão para se dizer que “o rei vai nu”? Não. Ninguém poderia exigir que o Presidente fosse o especialista nas mais diversas áreas de actividade sócio/económica dos sanjoanenses – se, no presente caso da nossa autarquia, o edil soube rodear-se de pessoas e competências insuspeitas concretamente nas áreas da Educação, Social e até da Cultura, porque razão haveria de falhar radicalmente no sector do Desporto! Porém, não deixará de ser verdadeiro que, na generalidade da política local, chegados ao poder “fazem pela vida para darem de si aquela mesma imagem” (investidos na prerrogativa de especialistas… então munidos de todas as soluções possíveis e mais algumas para todos os males e afins…). Voltar ao terreno para ouvir, auscultar e perceber os anseios e problemas da comunidade, não é com eles. Já era…
É por isso mesmo, que por regra, no discurso de ocasião poucas vezes casa a cara com a careta isto é, vazio de conteúdo concreto, assertivo e, não menos infeliz justamente por se acabar a ludibriar (se quiserem, driblar…) a verdade do momento. Sempre, foi mais fácil pregar aclamação alusiva àquilo em que sobre o qual não somos nada bons. Às vezes, chegamos até ao ridículo… Na ânsia de esconder as nossas limitações e pior, incompetências.
Mas eis que, vem de lá a última das golpadas – Jorge Sequeira anuncia que não abrirá a Piscina exterior ao público. Expectável… mas porém desta vez, foi longe de mais. A fazer-nos lembrar a sinistra declaração de um primeiro ministro: “vamos para além da troika” (sem qualquer pretensão de chamar à colação o PSD local, sem qualquer culpa no acto). Duro e violento golpe na Natação de toda uma região visto que, fecha a porta aos Campeonatos Inter-Distritais de Natação de Juvenis, Juniores e Seniores previstos no calendário da ANCNP que incluíam as Associais de Natação de Coimbra e Leiria a realizar entre nós no início de Julho.
A área do tanque olímpico está de momento a ser (mais uma vez…) intervencionada com o fim de debelar a velha perda de água, comprometendo-se o empreiteiro respectivo a entregar a obra concluída no final deste mês de Junho. Porque razão(!!!) impede Jorge Sequeira a realização dos Campeonatos, do treino em piscina longa aos nadadores da ADS e AEJ e tantos outros clubes… que habitualmente ali têm vindo a fazer a sua preparação para os Nacionais de Verão – Infantis, Open e Campeonatos de Portugal...
Numa altura em que justamente anuncia o Governo a abertura dos recintos desportivos ao público e, decisivamente, a retoma das competições desportivas, alargando ainda ao desporto de formação, a argumentação do presidente da câmara é de todo ridícula, inapropriada, desrespeitosa e não menos ofensiva à comunidade desportiva. Sim, por de trás daquela argumentação, esconde uma muito provável e quiçá, objectiva retaliação aos que vêm de há muito denunciando agruras de um tratamento e discriminação dirigidos à Associação Estamos Juntos – AEJ. Cremos nisso… Ou, “a vingança servir-se-ia fria”.
Não haverá aqui lugar a “subcomissões municipais”… Ele é o presidente, e como tal responsável máximo pela Protecçâo Civil Local. Dos seus equívocos quanto ao fenómeno desportivo local, sobrará com certeza a factura dolorosa e injusta. Do momento, em concreto aos nadadores e seus respectivos clubes. Espero(amos), honesta e sinceramente, que a factura a apresentar-se-lhe com vencimento em Outubro próximo… lhe seja bem mais cruel e indesejada. “Quem não quer ser lobo não lhe veste a pele”…