A “falta de memória” no poder, será sempre a fatalidade que comprometerá o nosso futuro e o da Cidade em particular, com toda a certeza.
Ao que consta, aí pelo meio político, concretamente pela voz da oposição ao poder vigente, a cidade estará parada. Seria sempre, em qualquer circunstância, declaração no mínimo corajosa. Vinda dum qualquer quadrante ou área da política local independentemente do seu posicionamento e responsabilidade em relação ao poder instituído, remeter-nos-á creio, à natural meditação sobre tal ideia.
Não saberemos... ao certo, o que significará para o comum munícipe/cidadão sanjoanense, aquela conclusão política, mas sabemos porém, que um qualquer sanjoanense, perante uma tal afirmação, categórica, olharia de imediato em seu redor isto é, ao que vai acontecendo de mais ou menos notável no(s) terreno(s) de sua circulação diária. Confrontados assim, com uma tal realidade, poder-se-ia concluir, com subjectividade, remeter-nos aquela afirmação para um velho pensamento popular: “sem memória não haverá seguramente futuro”.
Sabemos ainda, que, para o munícipe mais atento, melhor informado porque se interessa pela vida da comunidade em geral e acompanhará de algum modo a política ao redor da acitividade, a coisa não será assim tão linear face ainda aos mais diversos descontentamentos que têm surgido na sociedade local. Ele é: das instituições sócio/culturais, do meio empresarial/comercial, no desporto/lazer mas e sobretudo das comunidades residentes quanto às condições de circulação/segurança de pessoas.
Pois... é verdade, alguém vir pregando (certamente no deserto...) sobre os passeios(pisos) e peões, ruas e avenidas esburacadas, disponibilidade e condições de estacionamento automóvel, limpeza da cidade, equipamentos obsoletos por abandono, desleixo e ausente conservação, desrespeito pelo comercio tradicional/rua, etc, etc. Em suma, parece... de facto, nada acontecer nesta terra.
A “falta de memória” no poder, será sempre a fatalidade que comprometerá o nosso futuro e o da Cidade em particular, com toda a certeza. E, se juntarmos ao presente, suposto cenário atrás descrito, o outro facto, o de desconhecermos qualquer plano municipal do tipo “PRR Local” com um propósito... o reforço de todo um esforço colectivo pós pandemia Covid, então teremos que ficar mesmo preocupados...
E, afinal, o que é que vai acontecendo pela nossa cidade!!! O ano 2022 dum pretérito já passado, ofereceu-nos três, ou quatro, momentos de acontecimento com notoriedade fora de portas. Para sermos rigorosos, apenas dois acontecimentos com impacto nacional – “Andebolmania da ADS” e, “1º CLINIC AEJ - NATAÇÃO”. Darei o benefício da dúvida ao “Ciclo do Teatro”. A visita do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa não seria acontecimento tão notório, incluindo-se num roteiro programado pelo próprio Presidente da nação. Tal como, no que se refere à “Poesia à Mesa” - ainda não passou... da agenda local.
A comunidade local saudou com entusiasmo o regresso da “Cidade no Jardim”, a festa do “GIN” foi grande e soberba sendo de repetir, com um obectivo senão - porque razão foram ignoradas as associações locais, isto é, desta vez ficaram de fora os clubes desportivos habituais preparadores ao público do fresco e oportuno Gin... Afinal, a oportunidade serve as gentes locais ou, os de fora!!!
A Cidade tem potencial para desenvolver acontecimentos/eventos de notoriedade e referencia nacionais. Mais que o querer, é necessária vontade. Ali pelos anos oitenta/noventa, século passado, era S. João da Madeira reconhecida nos quatro cantos do país por uma das cidades melhor apetrechadas quanto a equipamentos, sobretudo os destinados à prática desportiva. Hoje, sobra-nos um lugar demasiado sombrio em tal área de equipamentos. A quem atribuir culpas por um tal abandono..., desleixo e desinteresse? Há poucos dias, percebi a sensibilidade pela causa... O argumento, justificativo, na origem da fuga de centenas de utentes dum certo equipamento - sacrifício ao frio no plano aquático numa nave/ambiente ainda mais gelados -, residia numa caldeira (carecida de substituição) e, que custava ao município cinquenta mil euros (50 000 €). Valor não comportado pelo Orçamento Municipal, segundo um destacado dirigente autárquico...
Em tempo oportuno e, bem, a autarquia/cidade e seus sucessivos dirigentes, viraram a página da Cultura. De facto, a diversidade e qualidade, de tal actividade, vieram para ficar. Só nos engrandece. Porém, tarda a essa mesma nossa Cultura passar à agenda nacional, com a honrosa excepção à “Colecção Norlinda Lima”.
É mesmo verdade... visto assim de cima, nada acontece na Cidade...
(O autor escreve segundo o antigo acordo ortográfico)