Opinião

Recolha de resíduos em S. João da Madeira é exemplo em Portugal e na Europa

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A gestão de resíduos urbanos, tema central de uma jornada técnica recentemente organizada pela Associação ZERO, em S. João da Madeira, é um desafio central para as cidades modernas, e o município tem procurado enfrentar esse desafio com medidas inovadoras, que vêm sendo reconhecidas e apontadas como exemplo, tanto em Portugal como na Europa.
O principal desafio, que se traduz numa total mudança de paradigma, consiste na forma como encaramos os resíduos, regressando a boas práticas passadas onde quase tudo tinha uma segunda vida.
Durante décadas fomos incentivados a descartar, tudo o que já não tivesse utilidade era lixo e seguia diretamente para aterro. Hoje sabemos que isto está errado, os recursos são finitos, tudo deve ser reaproveitado e transformado dando origem a novos produtos.
Esta mudança de paradigma visa a sustentabilidade ambiental, económica e social.
A União Europeia despende milhões de euros em importações de produtos como são exemplo os fertilizantes para a agricultura ou embalagens plásticas. Esta despesa pode ser reduzida com a produção de composto, através dos biorresíduos, ou com a reciclagem de plástico existente. Estes são apenas dois exemplos dentro de um novo universo de oportunidades, de uma nova economia.
O Município de S. João da Madeira tem abraçado este desígnio, sem, contudo, deixar de manter um equilíbrio entre o que é o bom desempenho ambiental e uma cidade limpa. Nesta matéria somos igualmente, sem qualquer dúvida, um exemplo a seguir.
Durante o evento, onde se discutiram práticas, problemas, soluções e objetivos, a ZERO, destacou o nosso Município como exemplo de boas práticas na gestão de resíduos, tanto a nível nacional quanto europeu. As medidas adotadas por S. João da Madeira foram descritas como “o modelo de recolha do futuro”, tendo sido elogiado o caminho sustentável que temos seguido.
Uma das medidas destacadas foi o modelo de recolha porta-a-porta. Este sistema, que já serve mais de 3.000 famílias sanjoanenses, permite uma separação prática e eficaz dos resíduos, contribuindo para resultados expressivos na reciclagem. Hoje, este sistema, é já responsável por mais de 50% de todos os resíduos seletivos recolhidos na cidade.
Estes resultados demonstram como a recolha porta-a-porta incentiva práticas mais sustentáveis e responsáveis e a boa adesão dos sanjoanenses.
Esta medida, complementada com a colocação de ecopontos mais próximos dos utilizadores, e com as inúmeras ações de sensibilização que o município promove, possibilitou que o município se destacasse no ranking das cidades que mais separam, posicionando-se bem acima da média nacional.
Outra medida destacada foi a implementação da recolha seletiva de biorresiduos e a entrega de compostores domésticos. Neste capitulo, faz também parte da estratégia do município a criação de mais hortas comunitárias, que estão neste momento em construção na zona da Mourisca e da Quintã.
Preparamo-nos agora para uma nova fase, se a recolha seletiva porta-a-porta já abrange todas as moradias, e a alguns edifícios de habitação coletiva, cabe-nos agora dar um impulso à separação no resto da cidade. Para isso, é já visível o investimento em novos contentores subterrâneos, no entanto, mais investimentos serão feitos: nova contentorização; aquisição de um ecocentro móvel; mini ecocentros; novo ecocentro, cujo projeto está já em execução; entre outros.
Este é um caminho longo e cheio de desafios, sabemos das dificuldades que nos esperam e que outras que desconhecemos irão surgir. Sabemos, contudo, que colocamos S. João da Madeira no caminho certo, no caminho de uma gestão de resíduos mais responsável e sustentável sem descurar a satisfação e a confiança que os munícipes depositam no serviço.

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