Opinião

Rascunho! - Uma tendência contra a resistência!

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Já todos percebemos que nada vai ser igual para comércio local! O surgimento deste surto pandémico do COVID-19 significou, de forma clara e quase imediata, desafios de conveniência e acessibilidade assente numa mudança das tendências verificadas, principalmente na própria natureza de efetuar as compras. A permanência “obrigatória” nas nossas casas, o encerramento de lojas não dedicadas a bens essenciais, a venda de produtos com horários limitados ou o receio natural de sair de casa, levaram a população a evitar a deslocação a espaços físicos e a recorrer ao canal online para comprar produtos. Esta adoção exponencial ao comércio online, transformou, provavelmente de forma única e compulsiva, os hábitos de consumo dos potenciais clientes.
O comércio voltou a sentir os efeitos nocivos deste difícil contexto mundial. Primeiro com as limitações introduzidas ao fim de semana e agora com restrições que, abrange a maioria das áreas de atividades existentes.
De acordo com os dados do World Footwe, o setor do comércio a retalho em média registou perdas na ordem dos 31% face a 2019.
É neste contexto que o comércio online volta, assim, a ser a alternativa para muitos negócios, até agora resistentes, a experimentar pela primeira vez e forçosamente obrigados a aderir e reforçar a presença neste canal de distribuição. O e-commerce deixou, mais uma vez, de ser apenas uma alternativa de conveniência para passar a ser também uma necessidade.
O certo é que não sabemos a evolução, em concreto, tanto do e-commerce como as vendas presenciais, é ainda uma incógnita para 2021! Se a tendência de maior procura ao comércio online vai permanecer a longo prazo, também as compras nas lojas físicas vão com certeza voltar a subir após a pandemia. Para alguns negócios, o online pode tornar-se no principal canal de distribuição, mas, para outros, o espaço físico é insubstituível enquanto via primordial de vendas e para outros, como ferramenta complementar e uma janela de venda para um território mais alargado.
Vários estudos indicam que 45% das PME do setor do comércio a retalho não tem presença online do seu negócio.
Existem ainda vários pontos de interrogação, relativamente ao momento que a pandemia estará controlada, de que forma evolui o processo de vacinação, quais são as consequências sociais ou qual a dimensão e os contornos do impacto económico! O comportamento dos consumidores durante o ano depende, em grande medida desses indicadores.
Portanto, um dos grandes desafios para o comércio é, a incerteza quanto ao futuro. A esta instabilidade junta-se a constante mutação da indústria, em parte devido aos avanços tecnológicos que se vão sucedendo a grande velocidade.
É importante perceber que, com ou sem confinamento, a agilidade e a inovação são palavras de ordem. No entanto, é aconselhável resistir a uma certa reatividade excessiva e desestruturada que faça perder o sentido estratégico definido por um dado negócio.
Em particular sou apologista que o comércio na generalidade, invista em software para acelerar a sua própria transição digital, como estratégia de negócio prioritária.
Apesar das condicionantes a que estamos todos sujeitos, os caminhos possíveis são muitos. E mesmo sendo ainda cedo para conhecer o verdadeiro impacto da pandemia, é certo que para sobreviver, os negócios têm de se reinventar e adaptar às mudanças. Adotar canais de venda digitais parece mesmo ser uma inevitabilidade.

Paulo Barreira

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