Opinião

Rally...

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Descemos para a garagem. Entramos no carro. Eu e a minha “pendura”...
Verifico os comandos, principalmente aquele que automaticamente abre o portão da garagem. Ela com os mapas no colo, como se impõe a todos os bons penduras, ou melhor, co-apiloto, pois tem de mostrar que tem conhecimento de todo o percurso. A saída faz-se com toda a atenção, não vá aparecer um peão ou outro veículo. No primeiro cruzamento, a primeira ordem: “Cuidado... podes seguir, não vem ninguém.” Logo a seguir outro cruzamento, de novo a mesma ordem: “Podes seguir, acelera.” Logo ali, a primeira rotunda, depois de um estudo breve, lá me diz: “Vai, vai não vem ninguém!”. Com estas ordens, eu interrogo-me, porque é que não nos inscrevemos num rally de velhotes, o que fui eu dizer, ela encrespou-se e respondeu-me: “Alto lá! Eu não sou velhota...”. Engoli em seco e pensei: “No que me estou a meter!” São aqueles momentos que, se estivéssemos calados, éramos poetas.
Lá continuamos o nosso percurso... A “pendura” preocupada em ter de cumprir um horário lá me ia dando ordens. Eu limitava-me a cumprir o melhor que sabia e podia. De repente, num ápice, o perigo estava ali... Só ouvi: “Olha que é uma rotunda, olha um carro... Faz qualquer coi­sa...”. Nesta parte, já pressenti al­gum pânico... Depois, o pânico já era total: “Vamos bater... mostra que sabes conduzir!! Meti a segunda, puxei o travão de mão e pensei: “É hoje que faço um grande pião!”. Bem, enganei-me... não foi só o pião. Acabamos capotando e ficamos de cabeça para baixo. Olhamos um para o outro e sorrimos. Como só nós sabemos sorrir quando as coisas não nos correm lá muito bem. E, a minha “pendura” ainda rematou: “Saíste-me cá um grande Fangio!”
Na música, uma viagem no tempo, ouvindo Stevie Nicks.
Nos livros, “Treinando a emoção para ser feliz”, de Augusto Cury.
Tenham cuidado com os rallys. Não se estampem!

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