A convite de “O Regional”, início a minha colaboração neste espaço de opinião, onde procurarei refletir sobre questões importantes da nossa cidade.
Começo com o estacionamento. Nos últimos anos, o estacionamento da cidade sofreu, quer do ponto de vista da gestão, quer do ponto de vista da disponibilização de lugares, avanços e recuos.
Há poucos meses, o estacionamento – subterrâneo e à superfície – foi concessionado a um novo operador. Até então, o estacionamento à superfície era gerido pela Câmara Municipal e o estacionamento subterrâneo era gerido por um privado. Esta alteração veio, na minha opinião, melhorar a rotatividade do estacionamento à superfície, aumentando a disponibilidade de lugares livres para parquear. O que sempre defendemos. Isto remete-nos para uma questão: porque é que só passados sete anos é que o estacionamento da cidade foi organizado?
É importante recordar que o executivo do Partido Socialista abriu o concurso para o estacionamento por três vezes, dois dos quais ficaram desertos, por falta de concorrentes. O executivo falhou, arrastando o problema durante sete anos!
Não foi por falta de aviso por parte da oposição. Por diversas vezes avisamos que isso iria suceder. Isto deveu-se, única e exclusivamente, à teimosia do executivo em incluir um projeto imobiliário no parque de estacionamento da rua dos bares. No fim de contas, por teimosia, por inflexibilidade e, acredito, por não querer dar razão à oposição, ficamos sem parque na rua dos bares e demoramos sete anos a organizar o estacionamento da cidade.
Os avanços, os recuos e as indefinições prejudicaram os Sanjoanenses, o Comércio Local e as receitas do Município. Em 2016, a receita anual com a concessão de estacionamento era de cerca de 200 mil euros por ano.
Considero que a questão do estacionamento à superfície, embora com atraso de sete anos, está mais ou menos resolvida, mas perderam-se sete anos e a oportunidade da construção de um parque de estacionamento de proximidade na Praça.
Tenho a convicção que a construção do Parque na praça (rua dos bares) seria fundamental como oferta aos bares, aos CTT, aos bancos e a todo o comércio local que se encontra na zona pedonal. Na praça e nas ruas envolventes, muitos dos prédios não têm garagem e as famílias têm dois veículos, o que implica que um deles, ou até os dois, a partir das 19h, tenham de ficar na via pública, por não terem alternativa, a ocupar lugares de estacionamento, impedindo assim a rotatividade no período noturno.
Aquando do desenvolvimento do projeto da praça, no âmbito do concurso de ideias proposto pelo PS, foi elaborado um inquérito que continha dados importantes, dos quais se destaca a dificuldade que as pessoas tinham em estacionar para ir à praça e a dificuldade em aceder à mesma. Os arquitetos desenharam, e bem, no projeto (apresentado e aprovado por unanimidade) três parques de estacionamento: um ao lado da “Foto Mimi”, um na antiga “Garagem Ribeiro” e outro na rua dos bares, perfazendo mais 120 lugares.
O executivo socialista, como por todos é sabido, alterou o projeto da praça, aprovado por unanimidade, deixando cair a construção de dois parques e considerando só construir o parque da rua dos bares, compromisso eleitoral assumido. Aqui chegados, nem uma coisa nem outra!
Para além disso, com as diversas alterações efetuadas nas ruas envolventes – Rua Castilho, Rua João de Deus (Tribunal), Rua Alão de Morais – reduziram cerca de 130 lugares de estacionamento na zona central da nossa cidade.
Perde a cidade e perdem os Sanjoanenses. Como tal, não poderemos acompanhar projetos que venham reduzir, ainda mais, o número de lugares de estacionamento!
Presidente da Comissão Política do PSD de S. João da Madeira
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