Que Saudade da Polícia

Exmo. Sr. Presidente da Camara Municipal de São João da Madeira
Exmo. Sr. Comissário da PSP de S. João da Madeira
Espero que este manifesto pela providência vos encontre todos bem.
Consciencializado pelo civismo, tenho o compromisso de demonstrá-lo por meio das minhas ações e responsabilidades. Nesse sentido, reconheço que também me confere o direito de exigir dos outros a mesma responsabilidade que carrego.
Desejo manifestar minha profunda preocupação em relação ao aumento da criminalidade, abusos na via pública, situações embaraçosas e ressacas mal geridas que afetam e prejudicam os comerciantes e moradores, sugiro alertando à necessidade de repensar as modalidades e abordagens do policiamento atual na cidade e encontrar um equilíbrio mais adequado.
Chamo também a atenção para o crescente sentimento na nossa pacata cidade, intitulado “Que Saudade da Polícia”.
Tal sensação resulta da falta de presença policial nas nossas ruas, e do receio do que acarreta a carência de ações preventivas e interventivas. Embora todos acreditem que haja trabalho em andamento nos bastidores, a falta de evidência tem sido alimentada cada vez mais pela saudade em testemunhar a participação e proeminência das autoridades; gerando até um certo ceticismo.
Por vezes, torna-se necessário repensar e adotar uma política de patrulha mais pedagógica, que abranja uma participação mais apeada do que motorizada e um tanto numerosa de agentes nos diversos espaços e ruas da cidade, ao mesmo tempo, a implementação de ações efetivas de prevenção, investigação e intervenção.
Apelando a uma operação mais eficaz, respeitando os direitos dos cidadãos e fortalecendo a segurança da comunidade. Não devendo se basear unicamente em observação passiva ou ações demoradas na implementação do cumprimento da ordem e da lei. Obviamente todos somos conhecedores que a força policial enfrenta dificuldades estruturais para manter os meliantes fora de circulação nos dias que correm. Sujeitos à aplicação das leis, muitas vezes geridas por processos morosos e complexos, quase sempre conferindo facilidades ao lado criminoso e abusador. Esta impunidade mostra proteger com teses surreais, permitindo o retorno às ruas dos delinquentes anteriormente detidos. Causando na população uma forte sensação de inoperância do sistema judicial e das próprias leis.
Diante desse contexto, proponho, com humildade, a realização de um diálogo aberto e construtivo entre as autoridades competentes e profissionais da área de segurança pública, os comerciantes, os moradores e todos os representantes da classe política de São João da Madeira. Diálogo este, que visa discutir e implementar práticas de policiamento mais visíveis, fiáveis e convincentes, que atendam às necessidades e expectativas da cidade. Deixando claro que não se busca promover o envolvimento de uma sociedade civil revoltada e muito menos incentivada pela prática de justiça pela própria mão; nem se pretende estimular a criação de milícias organizadas. O objetivo é evidente e pretende buscar soluções inteligentes, dinâmicas e funcionais, que garantam a aplicação justa da lei e a consequente segurança dos Sanjoanenses de bem.
Cidadãos mais vigilantes, já notaram que São João está a ser “tomada” por prevaricadores e por grupos organizados que ostentam no seu comportamento inadequado a confiança de escapar sem castigo. A impunidade sendo um problema sério, abala a confiança de todos e tolda qualquer tentativa de aplicação equitativa da lei. Portanto, considera-se fundamental rever os hábitos de policiamento e ao mesmo tempo promover uma presença copiosa de agentes agindo em prol da segurança e integridade de todos os Sanjoanenses. Sucede ressaltar que esta Saudade da Polícia não é apenas uma manifestação de saudosismo do passado, mas sim um anseio por uma atuação mais moderna, dedicada e persuasiva. Os moradores, comerciantes e transeuntes desejam sentir que as suas preocupações são ouvidas e que ações concretas estão a ser tomadas para enfrentar os desafios acrescidos.
No desfecho, agradeço a atenção de todos os envolvidos nesta questão crucial. Renovando a importância de expor um direito básico de todos os cidadãos que não pode ser negligenciado nem esquecido. Juntos, na firmeza e na estratégia, podemos cuidar para restituir à nossa cidade um lugar seguro e onde os moradores possam viver sem medo e os comerciantes possam prosperar e investir.
Contamos com a vossa determinação e liderança para alcançar esses objetivos.