Quando ouvimos falar de património, por norma somos levados para peças materiais. Mas, se começarmos a aprofundar um pouco mais, chegamos à conclusão de que nem sempre o património é só materialismo. Assim, deparamo-nos com o património cultural. Que existe, é verdade, mas quase sempre é uma coisa longínqua, está só ao alcance se uns privilegiados, bem situados economicamente, que podem usufruir deste bem que devia ser de todos... Nesta situação patrimonial, como em todas as outras vivências da nossa existência estamos sempre a aprender, não só a aprender, mas constatamos a realidade que sempre viveu connosco. Aqui justificava um grito, não de eureka nem de Ipiranga, nem gritos de uma dança tribal (hei! Isto é património cultural). Para mim bastou-me um porra, bem forte. O meu património está nas pessoas que toda a minha vida me tem acompanhado, a minha família, os meus amigos e tenho-os nos quatro cantos do mundo...
A inspiração para esta crónica foi um núcleo muito forte deste património de muitos anos da minha vida. Refiro-me a todos que fizeram parte da equipa de basquetebol da A.D.S.. Como sei que eles são perspicazes, já estão a perguntar: ”E os da Ovarense?”. Eu acrescentaria, “E os do Olivais de Coimbra, e os do Benfica de Luanda, e os da ARCA de Oliveira de Azeméis, etc”
Meus amigos, acreditem, a lista era enorme! Também vocês podem constatar como a riqueza humana é um património. Mas, se vocês me permitem, e eu sei que permitem, vou só pôr nesta crónica o nome de uma pessoa que a todos nós diz bastante: António Pinto, o eterno coach! O Tó, como carinhosamente o tratamos, é das mais gratas personagens que qualquer pessoa desejaria dizer: “Este grande senhor faz parte do meu património humano.” Acreditem, é com um enorme orgulho, que eu o digo!
Na música, um pianista do jazz que faleceu recentemente com noventa e dois anos, Ahmad Jamal.
Nos livros, “O crime do Padre Mouret”, de Emilio Zola.
Façam do património humano um pouco da vossa riqueza.