Com uma área de cerca de 8 km2, o município de S. João da Madeira é o mais pequeno do país. No entanto, o seu tamanho geográfico não traduz a grandeza da cidade, muito pelo contrário, pois é, ao dia de hoje, uma referência a nível nacional e mesmo internacional, com particular destaque para a sua indústria e respetivos produtos.
Com uma evolução marcante, S. João da Madeira é atualmente sinónimo de dinamismo, empreendedorismo e organização. Estas características são reflexo de uma vitalidade económica alicerçada em compromisso político e numa administração municipal eficiente, elementos estes que têm influenciado o desenvolvimento da cidade ao longo do tempo.
Desde que Portugal vive em democracia, os sanjoanenses têm elegido preferencialmente os partidos de centro-direita, conforme se pode verificar no seguinte gráfico. O CDS-PP e PSD foram eleitos 4 vezes, o PS foi eleito 3 vezes, as coligações PSD/CDS-PP “Aliança Democrática” e “Maioria Por S. João da Madeira” foram eleitas 2 vezes e 1 vez, respetivamente. [1]
O primeiro mandato pertenceu ao PS, que iniciou em 1976 e terminou em 1979.
Nos 37 anos seguintes (1979-2016), os votantes sanjoanenses elegeram o CDSPP, PSD ou os dois unidos em coligações, com destaque para a liderança do CDS-PP que foi a mais longa, por 16 anos (1985-2001). As eleições mais recentes, em 2017 e 2021, determinaram como líder o PS [1]. Aliás, estas duas últimas eleições autárquicas resultaram em algo nunca antes visto na história de S. João da Madeira, que é a eleição do PS em dois mandatos consecutivos, significando uma mudança à esquerda. Tendo em conta o historial de eleições, o que terá originando esta mudança de sentido de voto por parte dos sanjoanenses?
É também importante mencionar que se tem verificado uma desconexão dos sanjoanenses com a política local. Como se pode verificar no gráfico seguinte, a taxa de participação em eleições autárquicas tem diminuído significativamente ao longo do tempo. Por exemplo, nas duas últimas eleições, em 2017 e 2021, registaram-se as duas taxas de participação mais baixas de sempre, atingindo valores de cerca de 54% e 49%, respetivamente. Já em 2013, também se registou cerca de 49%. [1]
Isto significa que em 2021 mais de metade dos eleitores não votaram!
Vejamos os números: em 2021 a população residente na cidade era 22.143[2] e o número de eleitores era de 19.801[3]. Nesse mesmo ano, 10.093 eleitores[3] sanjoanenses não votaram. Analisando todos estes dados, várias perguntas surgem…
De que forma pode esta mudança recente na orientação de voto, com a eleição do PS em dois mandatos consecutivos, influenciar o futuro político de S. João da Madeira?
Quais são os principais fatores que os sanjoanenses consideram ao escolherem os seus representantes, considerando o histórico de votações em partidos de centro-direita e a recente eleição do PS?
Qual é a razão de se ter perdido a ligação dos habitantes de S. João da Madeira com a política do município e que impacto isto poderá trazer para o futuro da cidade?
De que forma poderemos envolver mais os sanjoanenses de forma a reverter a tendência de diminuição da participação nas eleições?
Caso houvesse maior participação dos eleitores sanjoanenses, como seria a configuração dos diversos orgãos executivos?
Reflitamos todos sobre a liberdade e importância de cada cidadão na construção de um futuro melhor. O bem-estar coletivo é fundamental e depende do nosso compromisso cívico. Votemos juntos pelo progresso e prosperidade do nosso município.
Referências: [1] – Dados provenientes da Secretaria Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI): https://www.sg.mai.gov.pt/AdministracaoEleitoral/EleicoesReferendos/AutarquiasLocais/Paginas/default.aspx?FirstOpen=1 [2] - Dados provenientes da base de dados Pordata: https://www.pordata.pt/censos/resultados/populacao-sao+joao+da+madeira-421 [3] - Dados provenientes da base de dados Pordata: https://www.pordata.pt/municipios/eleitores+nas+eleicoes+para+as+autarquias +locais+total++votantes+e+abstencao-631
Uma opinião acerca “Onde andam os eleitores sanjoanenses ?”
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