Opinião

O pião...

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Era mais ou menos por esta altura, início do outono, que todos nós, na idade de escola primária, aparecíamos no descampado lá do bairro, munidos de um pião para mais uma tardada de vários jogos que este brinquedo nos proporcionava. Só tínhamos de estar atentos aos “creme nívea” e esperar que passassem e fossem embora... Ao recordar este brinquedo, leva-me bastantes anos lá para trás. Recorda-me os meus amigos da época e o nosso lema era “temos de nos movimentar”.
Nos dias de hoje, pergunto-me se haverá cá pelo burgo alguma criança, em idade de escola primária, que saiba manejar este brinquedo. Ao ver tantas reuniões para que o problema da educação se resolva, mais uma vez temo que a dita educação seja pôr uma criança sentada numa cadeira com livros e cadernos na sua frente. E, quando acaba este período de tempo, vai para um A.T.L. para voltar a repetir aquilo que já fez durante o dia... Claro, que a minha ideia não é diminuir o ensino, mas alertar para aquilo que todos sabemos, que a repetição diária dos gestos leva-nos a uma boa aprendizagem. Nos dias que correm, as crianças têm muito pouco tempo para explorar, criar, experimentar, brincar... Os pais passaram a usar telemóveis e tablets como forma de manter entretidos os seus filhos. E cada vez mais vimos crianças de tenra idade a olhar para ecrãs!

Saberes que não se perdem...

Bem, tudo isto só para lembrar que S. João da Madeira merecia um programa desportivo mais intenso. E que não continuassem a mandar as crianças uma vez por semana tomar banho à piscina. A aprendizagem tem de ser feita com repetição. Já agora aplaudo a ideia de enviar técnicos dos clubes às escolas primárias para leccionarem as suas modalidades. Mas, quantas vezes irão eles às escolas? Quem irá coordenar tudo isto? Não será mais uma tentativa para tapar o sol com a peneira? As crianças continuam a ser o melhor do mundo. Merecem-nos toda a nossa atenção. Temos mão de obra, ponham-nos a trabalhar com o mesmo grupo três vezes por semana. Pois se assim for, teremos jogadores de basquetebol, andebol, futsal, voleibol, nadadores, etc.
Temos de aprender a valorizar os mais velhos e a tirar partido do seu saber e da sua experiência. Pois, são bastante úteis para a sociedade.
Na música, Pink Floyd. E ouçam com atenção a canção “Another brick in the wall”.
Nos livros, “101 dilemas para o filósofo de bancada”, de Eric Chaline.
Ainda se lembram como é pôr um pião a rolar?! Experimentem!!!

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