
“Sou simplesmente o produto do meio onde fui criado”, escreveu uma vez o poeta António Aleixo, tentando, talvez justificar algum comportamento menos polido, com alguém que eventualmente tinha a expectativa de ser mandado à “aquele sítio” com mais elegância.
Embora, não conste que Aleixo fosse um erudito ou que fizesse vénias a Freud, a verdade é que a sua sabedoria popular, era tão sábia como qualquer outra.
Nos primórdios da nossa história, altura em que o nosso desenvolvimento cognitivo não permitia mais do que uma linguagem rudimentar e estavamos a anos luz de imaginar a riqueza de símbolos e signos que a nossa língua atualmente conhece.
Os humanos eram já eram capazes de comunicar as suas intenções e os seus desejos através dos seus comportamentos.
Nesta altura o homem já aprendia a comportar-se por meio da observação dos seus semelhantes e o seu comportamento era naturalmente expandido ou limitado pelos modelos que observava e copiava.
Sendo a nossa casa, a nossa primeira escola e os nossos pais ou cuidadores os nossos primeiros modelos de comportamento e aprendizagem, eles costumam, ainda que de forma não intencional, moldar os nossos comportamentos e a forma como nos relacionamos.
Sobretudo, as mães, que costumam ter um papel mais ativo no cuidado e educação das crianças.
É muito comum reproduzirmos os comportamentos semelhantes, àqueles que vimos os nossos pais ter, mesmo aqueles que nos incomodaram e criticamos, no entanto, apesar do amargo de boca, com que ficamos depois da constatação de que afinal não somos melhores do que eles,
O drama só acontece quando aprendemos com um mau modelo, que “imprime” em nós um padrão comportamental desajustado.
Não é raro que mães, submissas, inseguras, ciumentas e emocionalmente dependentes, “produzam “filhas com os mesmos problemas.
Como também é comum que pais controladores, agressivos e violentos produzam filhos com características idênticas.
É possível, através da terapia, corrigir padrões comportamentais disfuncionais, aprender uma forma mais positiva e e funcional de nos comportarmos e interagimos com os outros,
É possível ter relacionamentos interpessoais e amorosos satisfatórios, saudáveis e edificantes, ainda que os nossos modelos tenham sido negativos ou desequilibrados.
Somos todos filhos da MÃE, salva-nos sermos também filhos de DEUS!

