Opinião

O amor não é um drama - Já só há lugar para os filhos da Mãe

• Favoritos: 39


A busca incessante por validação e amor dos outros, leva-os a esgotarem os seus recursos emocionais. Comprometendo as suas relações interpessoais e limitando as duas conquistas.

Antes da revolução dos cravos Zeca Afonso cantava, “… só nesta rusga, não lugar para os filhos da mãe”.
Não duvido que o cantor tenha tido vontade de chamar os bois pelo nome, mas à falta de maior liberdade de expressão, teve de polir o ímpeto e tentar não melindrar as senhoras mães destes filhos.
Que não sendo necessariamente meretrizes, produziram desventuradamente, filhos da… mãe!
Na música exaltavam-se os ânimos e encorajava-se a mudança, a revolução de um povo, que privado de liberdade, se privava também de sonhar com vida próspera.
Hoje a música é outra.
Antes do 25 de abril de 74, filhos da mãe eram aqueles que se opunham e atentavam contra a liberdade, hoje, filhos da mãe são aqueles que se opõem a tudo que comprometa a sua liberdade individual.
Não havendo uma relação clara, relativamente ao facto da evolução dos primeiros, ter permitido a existência dos segundos, importa esclarecer, que os filhos da mãe são, inquestionavelmente, os indivíduos mais adaptados ao meio.
Aqueles mais orientados para a sobrevivência de que Charles Darwin falava na sua teoria de evolução biológica por seleção natural.
Só há lugar para quem é útil, para quem produz, para quem se desenvolve e desenvolve o mundo.
Só há espaço para quem tem clareza dos seus propósitos e segue determinado até a sua realização.
Ser “bonzinho” é cada vez é mais prejudicial, nos dias que correm.
Entenda-se que ser “bonzinho” é substancialmente diferente de ser bondoso, gentil ou generoso.
Pessoas boas são também boas para si, respeitam-se, valorizam-se e não se anulam.
Pessoas “boazinhas”, são tão boas com os outros, que chegam a ser más consigo próprias. Desmerecem-se, anulam-se e desvalorizam-se.
Habitualmente confundem bondade com subserviência e não são capazes de estabelecer relações equilibradas e saudáveis ou de criar uma vida próspera.
Esta bondade saloia e irresponsável, com origem na falta de auto-estima, fada-os à mediocridade e à frustração.
A busca incessante por validação e amor dos outros, leva-os a esgotarem os seus recursos emocionais. Comprometendo as suas relações interpessoais e limitando as duas conquistas.
A bondade genuína, é protetora, sem ansiedade de obter o amor do outro, se esse amor chegar, é entendido como uma consequência e não como uma finalidade.
O amor ao outro não pode, sob circunstância alguma, sobrepor-se ao nosso amor-próprio.
Ser feliz ou não, dependente da nossa capacidade de auto-realização, e a auto-realização só acontece quando nos priorizamos e focamos nos propósitos de vida.
Não tenhas medo de ser filho da mãe, tem medo é de ser bonzinho!

39 Recomendações
181 visualizações
bookmark icon