Opinião

Mobilidade e Comboio

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Uma rede de transportes públicos que garanta o cumprimento de horários, a segurança, a comodidade e preços acessíveis, ajustada às necessidades das pessoas, da economia e do ambiente, contribuirá muito para a qualidade de vida.
O País necessita de medidas de mobilidade que «tornem perto o que está longe», a economia tem muito a ganhar com um uso eficiente da energia e o ambiente reclama acções que diminuam as combustões que emitem para a atmosfera o mais relevante dos Gases de Efeito de Estufa (GEE) - o dióxido de carbono (CO2).
A ideia de que a substituição de automóveis com motores de combustão por automóveis com motores eléctricos, é a solução para a mobilidade ecológica e sustentada, é uma ideia errada. Só os transportes colectivos poderão garantir a mobilidade a baixos custos, acessíveis a todos, não atravancar os espaços das cidades com estacionamento, evitar os engarrafamentos e garantir a eficiência energética.
Para além disto, o que ouvimos das populações das localidades seleccionadas para a exploração de lítio, necessário ao fabrico das baterias, cria-nos a necessidade de sermos cautelosos (quanto baste). É também preocupante, o custo ambiental, da solução de milhões de baterias para motores eléctricos que ficarão em «fim-de-vida». Onde as vão pôr? Como as vão tratar?
A solução passa, obrigatoriamente, por uma adequada rede de transportes públicos. Hoje há uma dependência muito grande do petróleo o que obriga a pensar noutras fontes de energéticas.
A eficiência energética, é maior na ferrovia do que na rodovia, mas aquela foi abandonada por diversos governos, após 25 de Abril. A ferrovia foi secundarizada pela a ideologia do automóvel. Vários governos encerraram linhas de comboio, enquanto construíam auto-estradas. Entre nós, a Linha do Vale do Vouga viu o seu troço Sernada/Viseu encerrado pelo primeiro Governo de Cavaco Silva (PSD), e o primeiro Governo de José Sócrates (PS), tomou a decisão, anos mais tarde, de encerrar os troços Aveiro/Sernada e Espinho/Sernada. Esta decisão teve a oposição do PCP e do PEV, cujos militantes do Distrito de Aveiro, levaram a cabo uma iniciativa de petição junto das populações, encabeçada por Óscar Oliveira. A petição, apresentada a 03/10/2007, foi discutida na Assembleia da República a 23/07/2009, recolheu o parecer favorável de todos os partidos e o encerramento destes troços não foi concretizado. Contudo, durante anos nada se fez, degradou-se mais o estado das infra-estruturas e as composições tornaram-se obsoletas.
Pedro Nuno Santos, Ministro das Infraestruturas e da Habitação, criou grandes expectativas quanto à Linha do Vale do Vale do Vouga. Decorrem obras na via - está a ser renovado o balastro e os trilhos estão a ser substituídos. Esperam-se significativas melhorias, mas não se conhece o plano de requalificação.
É importante que a linha seja electrificada, que tenha composições comodas e bons horários, que tenha ligação à Linha do Norte (acesso fácil ao Porto e ao Sul) e melhore a mobilidade entre: Espinho; Feira; S. João; Oliveira; Albergaria; Águeda e Aveiro.
Será que vamos conseguir?
“Prognósticos, só no fim do jogo!

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