Após a construção da Linha do Vale do Vouga (LVV), na primeira década do século 20 o investimento na infraestrutura foi quase zero.
Quando Cavaco Silva era primeiro-ministro o troço desta linha entre Sernada do Vouga e Viseu foi fechado e os carris retirados. Apesar da contestação das populações aquele Governo não teve nenhuma condescendência, foi intransigente.
Mais tarde, no Governo de José Sócrates, foi decidido encerrar a LVV na sua totalidade. Este acto provocou a contestação das populações e comunistas e ecologistas promoveram uma petição à Assembleia da República, angariaram assinaturas e em Outubro de 2007 apresentaram-na sendo esta discutida em 2008. Esta petição levou o governo a não encerrar a linha, mas nada foi feito para a melhorar.
O ex-ministro Pedro Nuno Santos, quanto a nós muito bem, decidiu requalificar a linha e iniciou um conjunto de obras na infraestrutura da via, carris, travessas, balastragem de via e passagens de nível. É uma obra que está parcialmente concluída e que se aguarda a sua conclusão em breve.
Esperamos que os investimentos não parem: que as composições sejam melhoradas tornando-as mais cómodas, mais seguras e mais eficientes; que a linha seja electrificada; que o andante seja instituído e que haja um sistema de passes que se estenda aos territórios da Área Metropolitana do Porto (AMP) e á Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA).
Também achamos importante que as diversas populações do canal da actual Linha do Vale do Vouga não sejam deixadas para trás e que o governo não caia na tentação de extinguir, drasticamente, diversos pontos de paragem como por exemplo: Travanca; Ul; Cucujães; Arrifana; Escapães; Sanfins; S. João de Ver; Rio Meão; Paços de Brandão; Sampaio de Oleiros, Lapa, etc. Referi algumas das mais próximas.
É fundamental, que a LVV, seja um elo importante de ligação entre o Norte de Aveiro e o Sul do Porto. Que nos faça ganhar mobilidade ferroviária entre estas importantes cidades e que as duas regiões administrativas deixem de estar de costas voltadas, como se fossem estranhas entre si.
Para nós é importante chegar ao Porto, mas também é importante chegar a Aveiro. Aliás ao Porto já chegamos facilmente de autocarro e melhor chegaremos quando o Metro do Porto chegar a Vila d’ Este e os autocarros circularem na A32. Isso sim, será uma rapidinha, nem precisaremos de ir à Feira, em Vila d’ Este vamos poder tomar o Metro para onde quisermos: para o Campo Alegre, para a Baixa; para o Aeroporto; para o Dragão; para o Hospital S. João; para Matosinhos; etc.
Para Aveiro é que temos sérios problemas para conseguir autocarro, mesmo tendo transbordo em Oliveira de Azeméis. Por outro lado, a mobilidade que a região necessita não pode reduzir o percurso da linha a muito poucas estações como alguns pretendem.
É estranho ver o Presidente da Câmara da Feira a defender uma solução para a Linha do Vale do Vouga, que eliminará 9 paragens no seu concelho. São atitudes deste tipo que geram, em algumas freguesias deste município, a vontade de integrar outros concelhos, como é o caso de Milheirós de Poiares e Nogueira da Regedoura.
Haja bom senso!